A pedagogia da hegemonia na assistência social: crítica das ideologias governamentais dos Núcleos de Participação Popular em Fortaleza

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Silveira Júnior, Adilson Aquino
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/10583
Resumo: O presente trabalho objetiva realizar a crítica das ideologias do discurso governamental relativo à “participação popular” na assistência social em Fortaleza – CE. Analisa, especificamente, os discursos forjados pelos intelectuais orgânicos da administração petista durante a implantação dos Núcleos de Participação Popular (NUPPs) nos Centros de Referência da Assistência Social (CRAS), enunciados entre meados de 2009 e finais de 2012. Para a análise foram utilizados: os discursos proferidos pelos referidos intelectuais na VIII Conferência Municipal de Assistência Social (julho de 2009) e numa reunião de apresentação do projeto dos NUPPs, realizada em setembro de 2009; as notícias divulgadas sobre os NUPPs no website da Prefeitura; e os artigos publicados no livro elaborado pela Secretaria Municipal de Assistência Social em 2012, intitulado Assistência Social em Fortaleza: uma política de direito em construção. A partir desses materiais, a seguinte questão foi formulada: Quais as principais ideologias difundidas pelos agentes governamentais através dos NUPPs e que estratégias de hegemonia fortalecem? Com isso, a pesquisa buscou apreender a orientação ideológica do discurso governamental em torno da “participação popular” na assistência social nos NUPPs e suas relações com as disputas pela hegemonia no contexto atual das relações de força no Brasil. A relevância do estudo se assenta na necessidade da crítica ontológica das ideologias que corroboram o processo hegemônico das classes dominantes. Essa é uma condição fundamental para o desenvolvimento e difusão de estratégias contrahegemônicas das classes subalternas. O discurso governamental foi analisado através de seções que buscaram identificar determinados conjuntos de categorias a partir das quais os complexos ideológicos se expressavam. Com isso, foram deslindados os nexos que vinculam as ideologias encontradas com os interesses socioeconômicos das forças políticas em presença na sociedade brasileira, e, especificamente, em Fortaleza. Essa investigação evidenciou que os discursos dos intelectuais do governo buscam fornecer e sedimentar uma direção intelectual e moral às práticas participativas educativas das classes subalternas, fundamentando-se em concepções de mundo, valores, conceitos e formas de racionalidade que assumem expressão através da linguagem social e se vinculam a determinadas estratégias de hegemonia constituídas pelas classes sociais no contexto de crise e restauração da dominação burguesa no Brasil. Nas ideologias analisadas, a pesquisa identificou determinadas estratégias restauracionistas que buscam, através nas modificações das relações de forças, a atualização da hegemonia burguesa no país, passivizando as classes subalternas, conduzindo-as (ou reconduzindo-as) ao estado econômico-corporativo da consciência política coletiva. A lógica expositiva do trabalho segue as trilhas que possibilitam a reprodução ideal do movimento real do objeto enquanto um concreto pensado, síntese de múltiplas determinações.