Impacto do peso ao nascer no estado nutricional ao final da adolescência - um estudo de coorte

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Ribeiro, Adolfo Monteiro
Orientador(a): Silva, Giselia Alves Pontes da
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/12933
Resumo: O baixo peso ao nascer está associado ao excesso de peso ao longo da vida, considerado um fator de risco para várias doenças. Nesse sentido os objetivos dessa tese foram: avaliar a associação do baixo-peso ao nascer a parâmetros de adiposidade na adolescência e verificar a influência do peso ao nascer, do catch-up growth, do consumo alimentar e da atividade física nos níveis séricos de colesterol, ao final da adolescência. Para isso uma coorte prospectiva foi iniciada em 1993, nos municípios da Zona da Mata Meridional de Pernambuco, incluindo 549 recém-nascidos a termo, distribuídos segundo o peso ao nascer em dois grupos: baixo peso ao nascer (grupo de exposição) e com peso adequado ao nascer (grupo não exposto). A etapa atual do estudo analisou dados de 204 integrantes, sendo 69 adolescentes do grupo de exposição e 135 do controle. A variável explanatória foi peso ao nascer; as de desfecho foram índice de massa corpórea, circunferência abdominal, índice cintura-estatura, índice cinturaquadril, circunferência do pescoço, prega cutânea tricipital, percentual de gordura corporal, peso gordo, concentrações séricas de glicose, lipídeos, insulina e HOMA-IR, e as covariáveis, catch-up growth, tempo de aleitamento materno, escore de pobreza, consumo de gordura e de carboidratos e nível de atividade física. Procedeu-se à coleta dos dados sociodemográficos junto às famílias, e às avaliações antropométricas, dos indicadores metabólicos e da composição corporal, obedecidos os requisitos necessários. As variáveis contínuas foram dicotomizadas para análise de contingência. O teste do Qui quadrado foi empregado para averiguar diferenças de distribuição das variáveis, considerando nível de significância igual a 0,05. Calcularam-se também o risco relativo e respectivo intervalo de confiança em nível de 95%. Foi calculada a correlação entre o IMC e o índice cintura-altura, circunferência abdominal e peso gordo. O grupo de exposição apresentou maior risco de catch-up growth (RR=1,94; IC95% 1,21-3,10), menor tempo de aleitamento materno (RR=0,87; IC95% 0,56-1,35) e maior nível de pobreza (RR=1,49; IC95% 1,02-2,18), quando comparado ao não exposto, condição que persistiu na adolescência (RR=1,47; IC95% 1,01-2,15). Não houve diferença estatística entre os dois grupos de adolescentes em relação à avaliação antropométrica. O IMC apresentou alta correlação com os outros índices antropométricos e peso gordo. Da comparação dos grupos, constatou-se que maior escore de pobreza se comportou como fator de proteção para colesterolemia inadequada (RR=0,77, IC95% 0,63-0,95). Aumentos do índice de massa corpórea, do índice cintura-altura e da prega cutânea tricipital foram observados com maior frequência nos adolescentes com colesterol total inadequado. A circunferência abdominal e o percentual de gordura corporal embora mais frequentes na presença de colesterol inadequado, não apresentaram significância estatística. Concluiu-se que embora o grupo de exposição tivesse catch-up growth acelerado, fosse amamentado por menos tempo e apresentasse maior escore de pobreza, não diferiu do grupo controle em relação ao excesso de peso e colesterolemia inadequada, o que sugere menor impacto dos fatores atuantes no início e ao longo da vida, apontando para uma adaptação através dos mecanismos de plasticidade orgânica.