“Se correr o bicho pega, se ficar o bicho come”: a arte urbana dos grafismos e sua relação com a cidade de São Paulo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: DUTRA, Hérrisson Fábio de Oliveira
Orientador(a): MELLO, Sérgio Carvalho Benício de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Administracao
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/29911
Resumo: Nos últimos trinta anos, grafites e pichações invadem as metrópoles brasileiras e se espraiam em muros, viadutos, empenas de prédios e áreas abandonadas, como possíveis manifestações artísticas e políticas que revelam a complexidade da vida urbana. Originária nos subúrbios de Nova York, a arte urbana dos grafismos se insere em um movimento maior, chamado hiphop, e tem como ideologia fundante uma crítica ao Estado e ao capitalismo, em especial à propriedade privada, como grandes responsáveis pelos problemas sócio-espaciais existentes. Nesse sentido, o objetivo desta tese é analisar como a arte urbana se relaciona com a metrópole brasileira contemporânea, tendo como locus de investigação a cidade de São Paulo nos últimos dez anos. Grafites e pichações são aqui considerados máquinas de guerra que se movimentam entre fugas e apreensões pelos aparelhos de captura controlados pelo Estado, pela iniciativa privada, pela mídia e pelo segmento oficial da arte. Nesse contexto, a crítica da arte urbana “ao sistema” é sustentada basicamente pela monotonia da paisagem da cidade, pela prevalência da funcionalidade no urbanismo, pela desigualdade social, pela precariedade do espaço público e por uma busca por prazer e adrenalina. Ao término, a tese se projeta para o futuro, defendendo que os problemas das metrópoles brasileiras contemporâneas são recorrentes no discurso dos artistas urbanos e, apesar de a sua produção artística não ter provocado na sociedade as devidas reflexões críticas a respeito, ainda existe potência de transformação sócio-espacial na arte urbana que não está aprisionada pelos efeitos da modernidade.