Somos todos iguais (?): práticas e discurso sobre a diferença na educação infantil.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Silva, Anna Líssia da
Orientador(a): Salles, Conceição Gislane Nóbrega Lima de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/11275
Resumo: O presente estudo se insere na discussão acerca das diferenças na educação escolarizada, tomando como foco as formas de abordagem das temáticas relacionadas à diferença na prática docente com crianças na faixa etária entre quatro e cinco anos na Educação Infantil, bem como os enunciados acerca da diferença que emergem da prática docente com crianças nessa etapa da educação básica. Esta investigação se propôs a destacar discursos e condições de emergência que produzem influências no modo como nomeamos e classificamos o Outro e as diferenças, na tentativa de compreendermos as condições de emergência de determinados enunciados e não outros nas práticas discursivas das professoras participantes da pesquisa. Neste sentido, buscamos apreender como e através de que enunciados a diferença é abordada na prática docente com as crianças de 4 e 5 anos na Educação Infantil. A pesquisa desenvolveu-se em Centros Municipais de Educação Infantil (CMEI’s), num primeiro momento através de entrevistas semiestruturadas e observação direta em dois CMEI’s, e num segundo momento, apenas através de entrevistas semiestruturadas abarcando mais dez dos treze CMEI’s que fazem parte da rede municipal de educação de Caruaru-Pe. Dessa forma, totalizamos um universo de doze CMEI’s participando da pesquisa. Quanto à discussão teórica empreendida neste trabalho, inicialmente buscamos problematizar os termos diferença e diversidade; também discutimos a partir de algumas perspectivas a produção discursiva da diferença a partir da modernidade, e nos detivemos também a discorrer sobre perspectivas outras na tentativa de pensar a diferença como experiência. Realizamos também, uma análise dos discursos que historicamente permearam o atendimento às crianças pequenas, e como práticas sociais fundamentadas em enunciados oriundos de diversos campos científicos produziram diferenciações no atendimento às crianças, além de nos atermos sobre discursos acerca da prática docente e da relação docente-criança. Por fim, analisamos enunciados e formas de abordagem da diferença na prática docente de professoras da Educação Infantil. Em linhas gerais, as análises dos discursos de tais professoras nos indicam que os enunciados e as práticas observadas trazem interrogações para os nossos processos de formação, sejam eles, iniciais ou continuados. Porque a despeito das tensões e disputas presentes na produção de saberes sobre o Outro, há diariamente a emergência de discursos e práticas que muitas vezes silenciam o Outro, ou reforçam estereótipos criados para governar o Outro e impedi-lo de nos questionar, de tirar-nos de nossa confortável posição de olharmos o mundo através de um círculo que expõe quem está dentro e quem está fora. Também nesse processo, pudemos perceber práticas diferenciadas que buscam fazer do encontro com o Outro um tempo/espaço de diálogos e experiências mais afirmativas nas relações que as crianças estabelecem entre si e entre as pessoas adultas que compartilham com elas o espaço da Educação Infantil.