A cara do cinema pernambucano contemporâneo e suas representações maternas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: AZEVEDO, Clarissa Fraga Barbosa Gonçalves de
Orientador(a): CRUZ, Nina Velasco e
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Comunicacao
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/55082
Resumo: Construída como uma constelação de memórias escrita em formato de cartas endereçadas ao meu filho, a presente dissertação-carta se organiza em três partes articuladas. A primeira é escrita como uma Carta-denúncia, em que nos inspiramos no trabalho do grupo Gemaa (2012; 2018) para investigar a cara do cinema pernambucano que tem criado personagens maternas. Cartografamos os longas-metragens realizados na década mais fértil cinematograficamente para o Estado, em 2010, e investigamos em termos de gênero e raça quais corpos-tela (Martins, 2020) estão atuando nas principais funções de criação do cinema, como diretoras/diretores e roteiristas. Na segunda parte, escrita como uma Carta-manifesto, pesquisamos o estado da arte sobre as representações maternas, estudando como os papéis sociais de gênero cisheteronormativos (Saffioti, 1987) gestam os papéis cinematográficos e as imagens de controle (Collins, 2009; Bueno, 2020) sexistas e racistas do cinema e como essas imagens influenciam nossa subjetividade, nossa autodefinição e nossa autorrepresentação/performance. Por fim, escrita como uma Carta-diálogo, mapeamos as personagens maternas criadas nos longas-metragens de ficção pernambucanos na década de 2010 e percebemos que elas representam imagens de denúncia, termo que criamos para classificá-las. Terminamos tecendo análises fílmicas sobre as mães de Kleber Mendonça Filho, nos filmes O som ao redor (2013) e Aquarius (2016), e de Gabriel Mascaro, nos filmes Boi neon (2016) e Divino amor (2019), estudando quem são essas mães, quais avenidas identitárias as atravessam e como elas vivenciam a maternidade. Essas cartas navegam por mapas geográficos, parindo cartografias sobre o cinema pernambucano na década de 2010, mas também percorrem mapas afetivos, em um diálogo que é tanto íntimo e pessoal, por ser traçado com meu filho, ao mesmo tempo que também é coletivo e público, por ser um diálogo sobre maternidade e cinema, sobre ser e representar socialmente e cinematograficamente. Essa dissertação-carta também se inspirou na tese de Maurício Virgulino Silva (2022, ECA/USP), escrita em formato de cartas para a sua filha que virá a ser, Teodora. Eu escrevo cartas para o meu filho que já é, Benjamim Rudá.