“Representações sociais de florestas e mudanças climáticas por professores do Amazonas: uma contribuição para formação continuada”

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: AZEVEDO, Genoveva Chagas de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/10462
Resumo: A Teoria das Representações Sociais proposta por Moscovici tem sido uma ferramenta teórica para compreender como as pessoas pensam, estruturam e dão significados ao seu mundo. Atuam nessa construção o pensamento classificatório e os mecanismos de ancoragem e objetivação, mediado pela linguagem verbal. O objetivo deste estudo foi investigar o que e como professores do Amazonas pensam os temas florestas (Flo) e mudanças climáticas (Mc), mapeando o campo semântico e identificando as relações entre estruturas classificatórias das representações sociais. O estudo se configurou como pesquisa transversal, exploratória descritiva, com uso de diferentes métodos combinados, aliando coleta e análise de dados qualitativos e quantitativos. Foi conduzido em três fases. Na primeira foi realizado o levantamento do campo semântico, por meio da técnica de Associação Livre de Palavras, da qual participaram 24 professores, e feita análise descritiva frequencial. Na segunda fase, 15 professores participaram de uma Entrevista de Classificação Múltipla (Livre e Dirigida), cujo instrumento foi composto por quinze categorias oriundas do campo semântico. A Análise Escalonar Multidimensional, que preserva os dados de natureza qualitativa, foi realizada para a Livre. E para os dados da Dirigida fez-se uso da Análise de Estrutura de Similaridade (SSA), cujo princípio de proximidade quantitativa cria facetas em um espaço euclidiano bidimensional. A produção verbal das classificações foi gravada, transcrita e submetida à análise de conteúdo. Na terceira, participaram 133 professores que avaliaram construtos socioculturais e socioambientais relacionados somente a Flo, a partir de uma Escala de Likert. Foram realizadas análises descritivas e análise fatorial dos itens da Escala e análise SSA para a projeção das facetas. No total, participaram 172 professores/as do ensino fundamental e médio, de diferentes disciplinas, de escolas públicas de Manaus e região metropolitana. O campo semântico de Flo e Mc se estruturaram em 15 categorias. Flo: águas, biodiversidade, fauna, flora, cuidado, preservação, manejo, sustentabilidade, vida, oxigênio, queimadas, povos, desmatamento, tranquilidade e beleza. Mc: aquecimento global, enchentes, calor, geleiras, secas, poluição, gases, chuvas, morte, atmosfera, urbanização, desmatamento, queimadas, desrespeito e destruição. Em termos estruturais, para Flo, a representação social (RS) mais compartilhada é a dimensão dos recursos naturais, como objeto concreto de subsistência quanto simbólico-afetivo que agrega valoração positiva. Para Mc, as RS objetificam uma face dos humanos modernos que explicita sua tendência para a destruição. As RS de desmatamento e queimadas, comuns aos dois temas, simbolizam o comportamento predatório do ser humano e parece colocar em xeque a sua capacidade de cuidado. Ser significativo estatisticamente fazer curso em florestas e reconhecer afetivamente sua importância sugere a relevância dos temas. Conclui-se que o tema das Flo é mais familiar aos professores, permite mais afetividade e significados positivos mais homogêneos, enquanto que o de Mc evidencia sentimentos negativos, significados heterogêneos e mantém as controvérsias entre aquecimento global e mudanças climáticas sobre o que causa o quê e o que é consequência de quê. Portanto, as RS identificadas são de natureza multifacetada e de múltiplos significados e sentidos coexistindo, evidenciando-se o que esses profissionais sabem sobre os temas e como é esse saber. E para o contexto escolar, esses conhecimentos socialmente elaborados e integrados a dinâmicas cognitivas e socioculturais no qual estão imersos devem ser ampliados, fortalecidos e, junto aos conhecimentos científicos dos temas, se constituírem diretrizes estruturantes e transversal na formação tanto inicial quanto na educação continuada.