“O segredo mora nos pequenos detalhes?” A relação entre fatores da empresa e o posicionamento do auditor independente sobre continuidade operacional

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: LEMOS, Lívia Vilar
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
UFPE
Brasil
Programa de Pos Graduacao em Ciencias Contabeis
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/50164
Resumo: A opinião modificada do auditor relativa à continuidade operacional é cunhada na literatura acadêmica sob o termo Going-concern Opinion (GCO) e é estudada como um dos atributos de qualidade de auditoria. Uma das lacunas da literatura sobre o tema é compreender os determinantes que embasam a decisão do auditor sobre a GCO em países como o Brasil, cujo contexto institucional é diferente dos países anglo-saxões onde se é realizada a maior parte das pesquisas sobre o assunto. Considerando esse contexto, o objetivo desta tese foi analisar os fatores acerca da firma auditada relacionados ao posicionamento do auditor independente referente ao uso da base contábil de continuidade operacional. Os indicadores contábeis, os reportes de situações de insolvência (recuperação judicial e falência) e os responsáveis pela auditoria contratada constituem os fatores relacionados à firma; já o posicionamento do auditor é caracterizado pelo tipo de opinião proferida e o conteúdo dos parágrafos de ênfases sobre continuidade operacional, presentes no Relatório do Auditor Independente (RAI). A base de dados da pesquisa foi construída a partir das demonstrações financeiras padronizadas e dos RAI de 393 companhias abertas listadas na bolsa de valores brasileira, no período de 2010 a 2015, totalizando 2.113 observações. Esses dados e os reportes das situações de insolvência das empresas foram coletados no site da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Utilizou-se a análise de conteúdo no RAI para a construção das variáveis sobre o posicionamento do auditor (GCO, tipo da opinião e ênfase). Na abordagem empírica foram aplicados modelos econométricos que incluem características de natureza contábil/financeira, fatores de ordem não-financeira e intrínsecos às empresas de capital aberto, bem como a consideração de efeitos fixos de setor, da firma auditada, do auditor e da empresa de auditoria. Foram empregados os Métodos dos Mínimos Quadrados Ordinários, Logit, Probit e Multinomial Logit a fim de se atingir o objetivo geral proposto. Os principais resultados obtidos na pesquisa consistem na associação estatística entre a GCO e os indicadores contábeis da liquidez corrente, liquidez geral, caixa operacional, caixa de investimentos, PL negativo, prejuízo operacional e imobilização, quando considerado o efeito fixo de setor. Entretanto, ao considerar as características intrínsecas (constantes no tempo) da firma, em conjunto com as características dos responsáveis pela auditoria, o fato de a firma sinalizar a recuperação judicial capta a relevância dos indicadores contábeis como fator para a emissão da GCO. Os resultados obtidos apresentam-se robustos após o balanceamento dos painéis, a winsorização das variáveis contínuas e testes com os métodos Logit e Probit.