Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
ARAÚJO NETO, José Ferreira de |
Orientador(a): |
SANTOS, Lauro Cézar Montefalco de Lira |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pos Graduacao em Geociencias
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/49359
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Resumo: |
O Brasil figura entre os maiores produtores de esmeralda do mundo. Cristais de qualidade gemológica ocorrem sobretudo nos estados de Minas Gerais, Goiás e Bahia. Na Província Borborema, nordeste do Brasil, mineralizações pontuais de esmeralda vêm ganhando cada vez mais destaque nas últimas décadas, seja sob olhar científico ou do ponto de vista econômico. A presença de diversos pegmatitos berilíferos e exposições de rochas máficas/ultramáficas, especialmente na Subprovíncia Setentrional, associados a estruturas tectônicas que servem como meio de transporte aos fluidos mineralizantes, fazem dessa região uma área promissora para estudo da gênese de esmeralda em ambientes intensamente deformados. Este trabalho apresenta uma investigação integrada, em diferentes escalas de análise, sobre a caracterização, origem e prospecção do depósito de esmeralda de Paraná, no extremo sudoeste do estado do Rio Grande do Norte. Para a construção de um modelo genético, foram utilizadas imagens geofísicas de aeromagnetometria, dados estruturais nas escalas meso- e microscópicas, geocronologia U-Pb e 40Ar/ 39Ar. As esmeraldas de Paraná estão hospedadas em lentes irregulares de flogopita- e actinolita-flogopita xistos intercalados a vênulas quartzo-feldspáticas e corpos pegmatíticos. Os xistos hospedeiros ocorrem de forma concordante em gnaisses riacianos do embasamento (Complexo Caicó) e estão dispostos ao longo da zona de cisalhamento Portalegre, estrutura com forte contraste magnético e movimentação dextral na direção NE-SW. Deformação dúctil coeva à mineralização é indicada pela foliação milonítica verticalizada, presença de boudins assimétricos, porfiroclastos do tipo σ, estruturas do tipo mica-fish, além de formação de bandas de cisalhamento S-C e S-C-C’. A formação do xisto esmeraldífero durante deformação Brasiliana é suportada por idades 40Ar/ 39Ar em cristais de flogopita de 524 ± 1 e 528 ± 1 Ma. Corpos graníticos deformados, encontrados no interior do xisto, apresentaram idades concordia de U-Pb em zircão de 2210 ± 8 Ma e 2201 ± 6 Ma, sugerindo um retrabalhamento do gnaisse encaixante do Complexo Caicó durante a formação do depósito. A integração desses dados sugere que metassomatismo de pegmatitos graníticos injetados ao longo da zona de cisalhamento Portalegre concomitantes ao tectonismo brasiliano foi o principal responsável pela formação de esmeralda em Paraná. Nesse processo, Be, K, Al e Si provenientes do fluido pegmatítico, e Cr, Fe e Mg contidos em rochas máficas do embasamento reagiram dando origem a pegmatitos dessilicados e ao xisto mineralizado. Do ponto de vista prospectivo, a presença de flogopita e actinolita no xisto hospedeiro permitiu a individualização da sua assinatura espectral em relação às demais rochas do depósito. Utilizando espectroscopia de refletância pontual é possível distinguir a presença de cristais de esmeralda mesmo em situação de mistura com a matriz de flogopita xisto. Três índices espectrais para identificação automatizada de esmeralda (EI1, EI2 e EI3) e três índices para identificação do xisto hospedeiro (MIdepth, MIratio e ACI) foram propostos e representam uma ferramenta valiosa para estudos de rotina em grande quantidade de amostras. Adicionalmente, imageamento hiperespectral de alta resolução permite a identificação de cristais de esmeralda em pixels de ~1 mm e a confecção de mapas mineralógicos/espectrais em amostras de mão e de furo de sonda. |