Produção de óxido nítrico, superóxido dismutase e interleucinas 6 e 12 por monócitos de portadores de esquistossomose mansônica, na forma hepatoesplênica, submetidos à esplenectomia e autoimplante esplênico

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2007
Autor(a) principal: Roberto Carvalho Leite, Carlos
Orientador(a): Teixeira Brandt, Carlos
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/3209
Resumo: Hipertensão porta devida à esquistossomose mansônica na forma hepatoesplênica (EHE) é tratada com sucesso pela esplenectomia e ligadura da veia gástrica esquerda (ELGE). Entretanto, após a retirada do baço, ocorre um aumento no risco da sepse fulminante pósesplenectomia (SFPE), causada pelo prejuízo à função imune normal por uma alteração do sistema fagocítico mononuclear (SFM). Assim, o auto-implante de tecido esplênico tem sido proposto, em crianças, com a finalidade de restaurar a função esplênica quando a esplenectomia é necessária. A estimulação do SFM causa a liberação de espécies reativas de nitrogênio, como o óxido nítrico (?NO), e de citocinas, como as interleucinas 6 (IL-6) e 12 (IL-12), que, juntos, têm um papel essencial na morte microbiana. Neste contexto, é importante também a ação da superóxido dismutase (SOD), enzima que transforma o superóxido em peróxido de hidrogênio, um potente produto microbicida. Este estudo de corte transversal teve o objetivo de avaliar a atividade funcional das células mononucleares do sangue periférico, empregando um ensaio in vitro em pacientes com EHE submetidos à ELGE e auto-implante de tecido esplênico em bolsa no omento maior, através da análise da produção de ?NO (μmol/ml), IL-6 (μg/ml), IL-12 (μg/ml) e SOD (uSOD/mg proteína) no sobrenadante destas células. O grupo teste foi constituído de 19 pacientes com EHE submetidos, no Serviço de Cirurgia Geral da Cria nça, Hospital das Clínicas UFPE, à ELGE e auto-implante esplênico (EHE/ELGE/AI/G3). Os resultados foram comparados com três grupos, incluindo 12 pacientes com EHE não tratados (EHE/G1), 13 pacientes com EHE submetidos à ELGE (EHE/ELGE/G2) e 15 indivíduos sadios (CT/G4). Análise da produção de ?NO pelos monócitos mostrou resultados similares entre os grupos G2 (6,7 ± 0,4), G3 (7,4 ± 1,6) e G4 (8,2 ± 2,7). Entretanto, os pacientes do G1 produziram níveis baixos de ?NO (5,3 ± 1,3), quando comparados ao G3 (q= 4,285 p? 0,05) e G4 (q=5,837 p ? 0,01). Em relação à liberação de IL-6, os monócitos do G1 demonstraram reduzida habilidade em produzir esta citocina (468,0 ± 198,0), quando comparada ao G2 (628,6 ± 23,4; q=3,085 p? 0,05), G3 (632,9 ± 12,8; q=3,782 p? 0,05) e G4 (639,2 ± 32,2; q=4,332 p? 0,05). Ao contrário, nenhuma diferença estatística foi encontrada entre estes três grupos. A respeito da produção de IL-12, foram demonstradas altas quantidades desta citocina no G1 (4,6 ± 2,3), estatisticamente significante, em comparação com G2 (1,3 ± 0,6;q=4,695 p? 0,05), G3 (1,7 ± 1,3;q=4,353 p? 0,05) e G4 (2,2 ± 1,0;q=2,830 p? 0,05). Entretanto, não houve diferença estatística entre estes três grupos. A atividade da SOD foi significantemente maior no G1 (9,2 ± 3,8) e G2 (8,5 ± 3,2), em comparação com G4 (5,1 ± 2,1), enquanto sua atividade no G3 (7,3 ± 3,1) foi semelhante ao G4 (q=2,954 p? 0,05). Coletivamente, os resultados sugerem múltiplos padrões no perfil de resposta imune durante a EHE e igualmente após esplenectomia com ou sem auto-implante esplênico. Este estudo dá suporte à hipótese de que o auto- implante esplênico é capaz de manter a atividade do SFM, que pode ter contribuído para proteger os pacientes do grupo EHE/ELGE/AI da SFPE