Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2014 |
Autor(a) principal: |
Santana, Roberta Valesca Mota |
Orientador(a): |
Nascimento, Luís Felipe Rios do |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/10331
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Resumo: |
O presente trabalho analisa fragmentos de histórias de vida de homens jovens com práticas homossexuais, na perspectiva de compreender o modo como constroem suas subjetividades na interface com o estigma às homossexualidades, ainda bastante eloquente na sociedade brasileira. Para isso, foram realizadas entrevistas semiestruturadas, com enfoque biográfico, onde se solicitou a reconstrução da história de vida sexual dos interlocutores. Para fazer falar os dados, nos utilizamos da análise do discurso. Fundamentado no campo teórico construcionista de apreensão da sexualidade, da identidade e da subjetivação, buscamos compreender os sentidos atribuídos às experiências de desejar e/ou ter práticas sexuais com pessoas do mesmo sexo; conhecer os percursos nos circuitos de sociabilidade homossexual; e compreender como a estigmatização às homossexualidades tem afetado homens com práticas homossexuais. O estudo aponta que a sexualidade é constituída pelas interações estabelecidas nos diversos contextos de desenvolvimento e que a identificação do homossexual se dá em função de outros critérios para além da prática sexual com pessoas do mesmo sexo. Neste processo de identificação, a rede de amigos, fundada em novos sentidos atribuídos homossexualidade, ajuda aos sujeitos individuais a lidar com o não canônico da homossexualidade. A análise dos dados também sugere que os discursos da ciência e da religião, fortemente marcados em nossa cultura, de essencialização do biológico e situando a homossexualidade como um desvio, têm contribuído bastante para propagação de atitudes intolerantes. Porém, identificamos que estes jovens são capazes de atualizar estratégias para lidar com o sofrimento causado pela estigmatização das homossexualidades na família, na religião e na sociedade. Estes jovens conseguem compreender, na práxis, o jogo da estigmatização e assim diminuem a necessidade de se dizer homossexuais. Neste sentido, assumir-se deixa de ser uma imposição para tornar-se uma opção. Estas estratégias de manipulação e ocultamento da orientação sexual ocorrem de modo descontínuo e incompleto e se mostram necessárias perante os diversos círculos de sociabilidade, nos quais estes jovens transitam regularmente. |