Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2010 |
Autor(a) principal: |
Paula Monteiro Ferreira Ximenes, Ana |
Orientador(a): |
Leitão Santos, Selma |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/8120
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Resumo: |
Estudos sobre argumentação e explicação (tratadas ora isoladamente, ora como atividades discursivas equivalentes) e constituição do conhecimento têm despertado, de forma crescente, a atenção e empenho de lingüistas, psicólogos e educadores. As ênfases prevalentes em tais estudos são, em geral, o contexto interativo, as práticas discursivas e seus potenciais efeitos no processo de ensino-aprendizagem. Muito menos freqüente, parece ser, entretanto, o esforço de conceituar os papéis privilegiados que cada uma teria na construção do conhecimento em sala de aula. Consideramos que essa aparente pouca ênfase nas especificidades desses discursos, deve-se, em parte, à controvérsia existente, nos estudos da área, quanto à conceituação/delimitação do que seria da ordem do argumentar e da ordem do explicar em produções linguageiras. Seriam esses discursos complementares ou suficientemente divergentes, tendo funções específicas na constituição do conhecimento? O presente estudo se justifica, por um lado, ante a polêmica, acima referida, em torno da dificuldade de delimitação do que seriam o argumentar e o explicar; por outro, ante a escassez observada de estudos, de cunho psicológico, que investiguem conjuntamente, o impacto desses movimentos discursivos no processo de constituição do conhecimento escolar. O objetivo da pesquisa é, portanto, investigar o argumentar e o explicar em sala de aula, indagando conceitual e empiricamente, sobre especificidades e relações possíveis entre esses movimentos discursivos na constituição do conhecimento. A nossa hipótese é que o eixo norteador na delimitação desses dois movimentos dialógicos é o conflito, entendido numa perspectiva discursiva como mecanismo de desenvolvimento, possibilitando eventualmente mudanças e a construção de conhecimentos, através da deflagração de negociações de perspectivas na argumentação, e de sentidos na explicação, nas quais discurso e cognição são indissociáveis. Outra hipótese do estudo é que a explicação assumiria uma função retórica, à medida que permite compreender ou explicitar perspectivas divergentes, tendo em vista a adesão ou convencimento dos interlocutores, contribuindo com a argumentação no processo de construção de conhecimento. Os dados analisados na investigação das hipóteses mencionadas fazem parte do banco de dados do Núcleo de Pesquisa em Argumentação (NupArg) da UFPE e consistem em videogravações de aulas regulares da disciplina de História em uma turma do sexto ano de uma escola particular do Recife. A unidade de análise utilizada no tratamento dos dados conjuga o modelo triádico de análise da argumentação, proposto por Leitão (2000), e a elaboração, no presente estudo, de um modelo (análogo, inspirado em Marková, 2006) para análise da explicação. A análise realizada é de natureza eminentemente qualitativa com ênfase na busca de indícios microanalíticos (Góes, 2000) de processos de constituição do conhecimento na argumentação e na explicação. Os resultados apontam na direção das hipóteses investigadas. Permite observar empiricamente a emergência de novo conhecimento a partir do conflito, bem como, que se postule a operação de funções lingüístico-cognitivas diferentes num e noutro casos, a depender do contexto enunciativo a ser considerado na análise interpretativa |