Hegel místico : o lado oculto do idealismo absoluto
Ano de defesa: | 2021 |
---|---|
Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
UFPE Brasil Programa de Pos Graduacao Integrada em Filosofia |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/42759 |
Resumo: | A presente tese incide no campo da interpretação geral da filosofia de G. W. F. Hegel, desen- volvendo uma linha presentemente minoritária nos estudos hegelianos: a abordagem de Hegel como um pensador místico, esotérico, alinhado à tradição mística ocidental. A base do nosso entendimento de Hegel como místico será a sinonímia declarada pelo próprio filósofo entre o “especulativo” (das Spekulative) – o cerne racional (vernünftig) do idealismo absoluto – e o que na antiguidade se chamava de “Místico” (das Mystische), enquanto conteúdo da consciên- cia religiosa. A partir disso, nós faremos dois movimentos complementares. 1) Seguiremos o apontamento de Hegel e investigaremos o que era chamado de Místico na antiguidade, para ganhar com isso uma perspectiva externa sobre o que ele chamou de especulativo. Veremos então que o Místico era originalmente o segredo ritual dos cultos de Mistério, aquilo que só se conhecia via iniciação, e argumentaremos em seguida que o segredo envolvia centralmente o que hoje se costuma chamar de “estados alterados de consciência”. Com essa chave em mãos, voltaremos a Hegel para fazer o principal desenvolvimento desse primeiro movimento, afuni- lando sua abordagem genérica como místico: compreender o conteúdo místico-especulativo, o pensamento espiritual e conceitual, a própria Razão no sentido hegeliano do termo, como um êxtase intelectual. 2) O segundo movimento tratará não da experiência mística/especulativa, mas de sua interpretação e prática. Se essa experiência mesma é atemporal, sua interpretação (pela tradição), de outro modo, contém um desenvolvimento interno, e esse desenvolvimento, não menos histórico do que teológico, é igualmente fundamental para o sentido tradicional da experiência, para o sentido do Místico. Na antiguidade, destacaremos três momentos: os cul- tos de Mistério, a filosofia e o cristianismo. E então, no interior do cristianismo, discernire- mos o que chamaremos de “tradição cristã heterodoxa”, o desdobramento da tradição mística que idealizou e formou a civilização moderna – e se consumou filosoficamente em Hegel. |