Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2015 |
Autor(a) principal: |
LIMA, Catarina Tenório de |
Orientador(a): |
SILVEIRA, Vera Magalhães da |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pos Graduacao em Medicina Tropical
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/15434
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Resumo: |
O sarcoma de Kaposi (SK) é uma neoplasia maligna multifocal resultante da proliferação anormal do endotélio vascular, que ocorre principalmente em indivíduos com deficiência do sistema imunológico, sendo o câncer mais comumente associado à aids. Nos países emergentes, o SK permanece ainda como um grave problema de saúde pública e elevada taxa de mortalidade mesmo em pacientes que apresentam a forma cutânea da doença. Outros fatores agravantes nestes países são: o acesso tardio à terapia antirretroviral (TARV), o diagnóstico do SK em fase avançada da neoplasia e a não disponibilidade aos agentes antineoplásicos. Em Pernambuco, apesar da elevada taxa de detecção (22/100.000 habitantes) de casos de aids registrados no Siscel/Siclon, não existem dados do SK publicados. Este estudo objetiva descrever as principais características clínico-laboratoriais, o estadiamento inicial e o desfecho do SK em pacientes com aids atendidos em Centro de Referência de Recife-PE no período de 2004 a 2014, além de descrever quais as infecções oportunistas mais frequentes. Trata-se de um estudo descritivo com caráter analítico, retrospectivo, do tipo série de casos, onde foram analisados os prontuários de pacientes maiores 18 anos com aids e que apresentaram o diagnóstico histopatológico de SK. Foram incluídos 22 indivíduos, sendo 20 homens e 2 mulheres. Setenta e dois por cento dos indivíduos eram jovens e adultos jovens com idade que variava entre 18-39 anos. Muitos destes pacientes (54,4%) tiveram diagnóstico recente de HIV, com contagem de células T-CD4+ <200 cél/mm3 (77,3%) e 15 dos 22 pacientes não faziam uso de TARV. Quanto à classificação das lesões: 36,4% apresentavam lesões exclusivamente cutâneas, algumas disseminadas; 54,5% além do envolvimento da pele, a doença se estendia para mucosas, linfonodos e órgãos; e apenas 9% dos indivíduos durante a investigação tinham acometimento exclusivamente visceral, sem lesões de pele ou mucosas. O órgão mais acometido foi o estômago (53,3%), e na maioria das vezes, os pacientes eram assintomáticos. O estadiamento inicial foi baseado no AIDS Clinical Trial Group Oncology Committee, onde a descrição de Alto Risco foi mais frequente (86,4%). Não observamos associação significativa na relação entre o estadiamento inicial e o uso de TARV. Dos 22 pacientes, apenas cinco (22,7%) tratou o SK exclusivamente com TARV, enquanto 17 (77,3%) realizaram tratamento com quimioterapia. Quanto ao desfecho dos casos de SK, 40,9% dos pacientes obtiveram remissão completa. Entre os casos estudados, oito tiveram desfecho letal (36,5%). A despeito do diagnóstico tardio do SK associado à aids na população estudada, inclusive com risco desfavorável no momento do estadiamento, encontrou-se mortalidade menor do que a reportada em outros estudos e que pode estar relacionado ao acesso a serviço de saúde especializado. |