Polimorfismos do gene MBL2 e concentrações plasmáticas em pessoas vivendo com HIV/AIDS coinfectadas pelo HHV-8

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: MORAIS, Viviane Martha Santos de
Orientador(a): COÊLHO, Maria Rosângela Cunha Duarte
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Medicina Tropical
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/27915
Resumo: A lectina ligante de manose (MBL) desempenha papel fundamental na resposta imune inata ao ativar o sistema complemento através da via das lectinas e tem sido estudada em diversas infecções virais por se ligar a vários patógenos, no entanto, não se conhece a influência da MBL na coinfecção HIV/HHV-8. O objetivo deste estudo foi verificar a associação entre os polimorfismos -550 -221 e exon 1 do gene MBL2 com a coinfecção HIV/HHV-8 e comparar as concentrações plasmáticas da MBL em coinfectados e monoinfectados pelo HIV. Trata-se de um estudo observacional analítico do tipo caso-controle composto de pessoas vivendo com HIV/aids (PVHA) acompanhadas no ambulatório de doenças infecciosas e parasitárias do hospital das clínicas da Universidade Federal de Pernambuco, Recife-PE. A genotipagem da região promotora (-550 e -221) foi realizada com o sistema TaqMan (Applied Biosystems® TaqMan Genotyping Assays), a região estrutural (exon1) com o kit Express Sybr Greener Supermix (Invitrogen, USA) e as concentrações plamáticas da MBL com o ELISA comercial Human Mannose Binding Lectin (MyBioSource, Inc), sendo consideradas concentrações deficientes valores <100 ng/ml. Foram genotipadas 124 amostras de indivíduos coinfectados HIV/HHV-8 e 213 monoinfectados pelo HIV, sendo mais frequentes os genótipos LL, YY e AA para os locus -550, -221 e exon1, respectivamente em ambos os grupos. Não foi encontrada associação estatisticamente significante das frequências alélicas, genotípicas e haplotípicas com a infecção pelo HHV-8 em PVHA. No entanto, após a análise multivariada, os coinfectados com haplótipo da MBL de expressão intermediária tiveram uma razão de chance de 3,06 vezes da última contagem do TCD4 estar abaixo de 350 células/mm³. Foram consideras como concentrações plasmáticas deficientes da MBL 5,1% (6/118) dos coinfectados e 3,2% (4/127) dos monoinfectados (p=0,445), apresentando mediana de 2,803 log₁₀ ng/ml e 2,959 log₁₀ ng/ml, respectivamente, com p=0,001. Houve uma correlação inversa entre as concentrações plasmáticas da MBL e a carga viral do HIV em ambos os grupos, porém não houve correlação com a contagem do TCD4. Portanto, considerando a capacidade da MBL de se ligar à glicoproteína gp120 do HIV, os coinfectados apresentaram concentrações plasmáticas da MBL menores que os monoinfectados, sugerindo que pode haver consumo e redução da MBL devido à opsonização do HIV e do HHV-8, levando a redução da MBL plasmática e o não acúmulo na circulação.