Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2015 |
Autor(a) principal: |
RIBEIRO, Antonio José Castelo Branco |
Orientador(a): |
MACIEL, Caio Augusto Amorim |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pos Graduacao em Geografia
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/17677
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Resumo: |
O presente, trabalho objetiva analisar como as transformações socioespaciais implicam um novo entendimento geográfico de uma sociedade, sobre um determinado aspecto, em um determinado tempo. De modo específico, busca-se compreender como o sertão passou a ser concebido pelos atuais habitantes de São Raimundo Nonato - PI a partir de alguns marcos significativos que podem ser encontrados na criação do Parque Nacional da Serra da Capivara, no início da década de 1970, e no recente fenômeno de urbanização na última década. Parte-se da premissa de que o novo contexto cultural favorecido por tais transformações pode proporcionar uma melhor compreensão sobre “sertão” na atualidade. Com a trabalho, foi possível constatar que cada vez menos o modo de sobrevivência está ligado à terra, mas sim a um emprego formal ou mesmo informal, no comércio ou principalmente em órgãos ligados ao poder público. A municipalização de parte dos recursos federais destinados à saúde e à educação teve importante papel na dinâmica produtiva local. Um outro aspecto a ser considerado quando se fala em sertão diz respeito aos fluxos migratórios. No caso em estudo, São Raimundo Nonato, o que se tem é uma movimentação de trabalhadores em constantes idas e vindas, tornando ainda mais dinâmica a realidade social local. Os entrevistados demonstram um sentimento com problemas relacionados à vida urbana. As caracterizações depreciativas do viver no sertão como incivilizado, matuto, palco de constantes brigas entre famílias, foram substituídos por depreciativos ligados à periferia do sistema de produção capitalista, ou seja, com caracterizações que o colocam como lugar de pouca infraestrutura, de sistema de saúde precário, de má qualidade no sistema educacional, poluição, e o sentimento de violência foi substituído pelo sentimento de insegurança. Um aspecto interessante que foi possível comprovar com o campo é a falta de sentimento de pertencimento ao sertão. O discurso sobre o tema parece estar mais presente em estados como Ceará, Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte. No caso de São Raimundo Nonato, mesmo inserido na porção semiárida no Nordeste, a população local, inclusive na faixa etária acima de 50 anos, não parece assumir a identidade de sertanejo para si. |