Indígenas Pankararu no sertão de Pernambuco : vida, deslocamentos e trabalho

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: SILVA, Elizângela Cardoso de Araújo
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
UFPE
Brasil
Programa de Pos Graduacao em Servico Social
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/38916
Resumo: Este trabalho trata de processos de deslocamentos e reagrupamentos de famílias Pankararu a partir da análise do movimento de saída das aldeias para viver na margem do Rio São Francisco e da saída desta para viver na cidade e assentamentos na região ribeirinha dos municípios de Petrolândia, Jatobá, Tacaratu, no estado de Pernambuco. Analisa as mudanças e continuidades na produção e reprodução da vida, no acesso a bens do ecossistema tradicional e ambiental nas aldeias e na margem do rio e as mudanças compulsórias, próprias da expropriação dos territórios ribeirinhos. Tem-se como objetivo principal analisar as transformações e continuidades sociais ocasionadas pela construção da Usina Hidrelétrica de Itaparica (concluída em 1988) nas condições de vida e de trabalho das famílias indígenas do povo Pankararu. Os participantes são famílias indígenas Pankararu removidas da margem do rio no período da elevação das águas da Barragem para a construção do Lago de Itaparica. A trajetória metodológica desta pesquisa realiza-se pelas narrativas das famílias participantes, juntamente representadas nas palavras da autora, também indígena Pankararu. Trata-se de uma pesquisa de natureza qualitativa, com utilização de fontes bibliográficas e documentais de dados quanti-qualitativos e apresentação das falas dos participantes. No trabalho de campo foram utilizadas técnicas de abordagem direta e indireta com os participantes (individual e em grupo). Com a realização de entrevistas e a captura de informações da história de vida foi possível conhecer as trajetórias das famílias indígenas a partir de relatos individuais e vivências coletivas. O resultado da análise do conjunto das condições de vida familiar Pankararu, a geração adulta dos ribeirinhos expropriados que hoje residem na cidade e nos assentamentos rurais dos municípios de Tacaratu, Jatobá e Petrolândia indicam a predominância de uma vida indígena marcada pela informalidade nas relações de trabalho e pela atividade agrícola familiar de subsistência, associada ao trabalho assalariado agrícola. As famílias criam e recriaram múltiplos vínculos e novos territórios após a expropriação realizada pela construção da hidrelétrica de Itaparica no final do século XX, mantendo a unidade étnica com o território e o povo de origem por meio dos movimentos constantes de idas e voltas, com a manutenção contínua das relações de produção, de parentesco e ritualísticas com a Terra Indígena Pankararu.