Contribuições à taxonomia e filogenia de Phallales E. Fisch (Basidiomycota, Agaricomycetes)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: MELANDA, Gislaine Cristina de Souza
Orientador(a): BASEIA, Iuri Goular
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso embargado
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Biologia de Fungos
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/49008
Resumo: Fungos da ordem Phallales são conhecidos como chifres fedorentos que exalam odor e atraem insetos, responsáveis pela dispersão dos basidiosporos. Estudos aplicados foram desenvolvidos com Phallales destacando-se a descoberta de ações antitumorais, antifúngicas e inseticidas, além de serem utilizados como alimento. Em 2006 foi publicado o primeiro trabalho com filogenia molecular que representou a ordem dividida em seis famílias: Clatraceae, Claustulaceae, Lysuraceae, Phallaceae, Protophallaceae e Trappeaceae. Gastrosporiaceae foi incorporada à ordem em 2014, mas tal filogenia não representou todas as sete famílias, o que trouxe dúvidas em relação ao real posicionamento das famílias em Phallales. Além disso, alguns gêneros da ordem careciam de revisão taxonômica e ainda não tinham seus dados moleculares incluídos em estudados filogenéticos, como Staheliomyces E. Fisch. Diante do exposto, o objetivo geral desta tese foi reavaliar as relações filogenéticas das famílias de Phallales e contribuir para a sistemática do grupo. Para isso, foram realizadas análises morfológicas e moleculares, com materiais oriundos de empréstimos de herbários e coletados por parceiros. Foram identificadas a nível de espécie 163 exsicatas, totalizando 28 espécies de 13 gêneros, destacando-se onze tipos. Como resultado foram desenvolvidos cinco artigos: 1. A filogenia com as sete famílias de Phallales foi representada por meio da análise filogenética de ITS, nuc-LSU, mt-SSU, ATP6, RPB2 e TEF1-α, depositadas em bases de dados. Foi discutido o posicionamento dos gêneros nas famílias; determinadas 118 hipóteses de espécies em Phallales baseadas em ITS; demonstrada a distribuição geográfica mundial dos gêneros; o estilo de vida, saprotrófico e ectomicorrízico; e a comestibilidade, comestíveis e venenosos. 2. Foram estabelecidas quatro novas espécies de Staheliomyces com base em morfologia e filogenia de ITS, nuc-LSU e ATP6: S. candeliformis N.M. Assis, Melanda & T.S. Cabral, S. costariquensis Ovrebo, Melanda, N.M. Assis & T.S. Cabral, S. cylindricus Melanda, N.M. Assis & T.S. Cabral e S. quadratus N.M. Assis, Melanda, T.S. Cabral, com chave de identificação. A emenda na descrição do gênero, a designação do lectótipo de S. cinctus E. Fisch. e um mapa de distribuição foram apresentados. 3. Foi elaborado um checklist de Phallales para o nordeste brasileiro juntamente e a descrição de novos registros: primeiro registro para o país de Mutinus bambusinus (Zoll.) E. Fisch.; segundo de Phallus atrovolvatus Kreisel & Calonge; e segundo registro para a ciência de Clathrus natalensis G.S. Medeiros, Melanda, T.S. Cabral, B.D.B. Silva & Baseia. 4. O primeiro registro de Blumenavia rhacodes Möller para o bioma Pampa foi publicado, ampliando a distribuição da espécie para além da Mata Atlântica. 5. Por fim, foi desenvolvida uma revisão morfológica do tipo de Colus schellenbergiae Sumst., confirmando sua sinonimização com Pseudocolus schellenbergiae (Sumst.) Johnson e demonstrando as diferenças desta espécie com P. fusiformis (E. Fisch.) Lloyd, que eram aceitas como sononímias. Além disso, foram analisados materiais da localidade tipo de Clathrus columnatus Bosc, espécie publicada em 1811, mundialmente distribuída, mas ainda sem uma revisão taxonômica atual. Nesta tese foi possível constatar que a diversidade de Phallales está subestimada e ressaltar a importância de trabalhos de base para a construção do conhecimento do grupo.