Padrão espacial, tendência temporal e preditores da mortalidade neonatal no estado de Pernambuco

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: SOUSA, Nayara Francisca Cabral de
Orientador(a): LEAL, Luciana Pedrosa
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Enfermagem
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/53847
Resumo: No Brasil, o óbito neonatal, principal componente da mortalidade infantil, é consequência de problemas nas ações de acesso, assistência ao parto e nascimento, associadas aos determinantes socioeconômicos e regionais. Baseado nesses fatores, o objetivo deste estudo foi analisar a tendência temporal, existência de autocorrelação espacial e os fatores de associação à mortalidade neonatal nas Geres de Pernambuco entre 2009 e 2020. Estudo ecológico misto, cuja população foram os óbitos neonatais ocorridos entre 2009 e 2020, obtidos a partir dos dados vinculados entre óbitos e nascimentos disponibilizados pela Secretaria Estadual de Saúde. Após tratamento dos dados e georreferenciamento dos casos, 12.593 óbitos neonatais fizeram parte da amostra. Para análise estatística foram utilizados os programas SPSS e R®. A geração de mapas foi realizada no QGis. A taxa de mortalidade neonatal geral após o linkage foi 7,58 óbitos/1000 nascidos vivos, com destaque para o componente neonatal precoce. Na análise bivariada, as variáveis idade gestacional do neonato (p = 0,000), sexo (p = 0,002), peso (p = 0,000), presença de anomalias congênitas (p = 0,000), Apgar (p = 0,000), número de consultas pré-natal (p = 0,000), tipo de parto (p =0,000), escolaridade materna (p = 0,001), raça (p = 0,001), assistência em saúde (p = 0,001) apresentaram associação estatística com o óbito neonatal. A Geres I concentrou 5200 óbitos neonatais no estado. Em relação a tendência temporal, o comportamento do óbito neonatal foi decrescente em todo o período estudado. O modelo GWR evidenciou que a taxa de analfabetismo, percentual de vulneráveis a pobreza, taxa bruta de natalidade, número de leitos em neonatologia, taxa de mortalidade infantil, taxa de fecundidade, índice de Gini e o percentual de mães chefe de família sem fundamental completo e com filhos se associaram ao óbito neonatal nas Geres estaduais. Foram identificados aglomerados espaciais nas Geres VI, VII, IX e XI. Os fatores socioeconômicos como Índice de Gini e percentual de crianças de quatro a cinco anos fora da escola, assistenciais como número de leitos em neonatologia e epidemiológicas como taxas brutas de mortalidade apresentaram associação estatisticamente significante entre regionais de saúde e o óbito neonatal. Neste estudo observou- se a necessidade de estratégias locais que visem a redução das iniquidades sociais e reforcem a importância do pré-natal, da atenção qualificada no parto e puerpério, bem como a reorganização dos serviços de neonatologia estaduais de forma que o quantitativo de leitos suficiente para atender o público neonatal seja implantado.