Panorama geoambiental e riqueza da vegetação rupestre de plantas e líquens da Serra do Pará, Santa Cruz do Capibaribe – PE
Ano de defesa: | 2019 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
UFPE Brasil Programa de Pos Graduacao em Geografia |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/34245 |
Resumo: | Os estudos ambientais são cerne de discussão da ciência contemporânea. Os recursos florestais, juntamente com seus sistemas, contribuem para a manutenção do equilíbrio humano. Estudar, documentar e observar a dinâmica dos ecossistemas são importantes ferramentas para conservação e preservação dessas áreas. Com finalidade de proteger e conservar a biodiversidade dos biomas brasileiros, foram criadas as Unidades de Conservação-UC’s, com destaque para a Unidade de conservação ambiental municipal “Monumento Natural Serra do Pará”, localizada no Agreste Pernambucano. A Serra do Pará possui inúmeras feições de afloramentos rochosos e, os estudos ambientais nessa área são ainda incipientes. Diante da necessidade de pesquisas sobre a vegetação de ambientes rupestres na Caatinga, bem como para subsidiar projetos de conservação e recuperação desta fisionomia, este estudo objetivou apresentar o panorama geoambiental e a composição florística de Angiospermas e Liquens, presentes em afloramentos rochosos da Serra do Pará, Santa Cruz do Capibaribe, Pernambuco - Brasil. Para tal, procedeu-se: a) sua análise geoambiental com base nas variáveis Clima, Geologia, Geomorfologia, Hidrografia e Vegetação, a partir de mapeamentos e análise da bibliografia especializada; b) inspeções na área para coletas de Angiospermas e Liquens; c) catalogação e identificação das espécies; d) análise das categorias fitoecológicas dos táxons; e) classificação das espécies segundo índice de similaridade florística; f) análise fitogeográfica das Angiospermas de acordo com dos domínios morfoclimáticos das espécies encontradas; e, g) análise dos microhabitats. Dessa forma, a partir dos estudos realizados foi possível entender a dinâmica existente na paisagem, sobretudo a partir do desenvolvimento da análise geoambiental. Os extremos ambientais, sobretudo o Clima Tropical quente e seco, a alta amplitude térmica, a declividade e, consequentemente, o maior escoamento superficial e menor concentração de sedimentos e solo, determinam a seleção de espécies vegetais. Foram contabilizadas 111 espécies de Angiospermas, distribuídas em 47 famílias botânicas e 91 gêneros. As famílias que apresentaram maior número de espécies foram Fabaceae, Euphorbiaceae, Asteraceae e Cactaceae, Bromeliaceae. O hábito herbáceo foi o que apresentou maior número de espécies, seguido pelo arbustivo. A riqueza florística da Serra do Pará é composta basicamente por espécies nativas que ocorrem tanto em Florestas Secas e Florestas Úmidas, o que reforça a ideia de que a Serra caracteriza-se como uma área de interface entre sistemas úmidos e depressões semiáridas da Caatinga. Foram contabilizadas 28 espécies de Liquens, pertencentes às famílias Caliciaceae, Parmeliaceae, Physciaceae, Ramalinaceae e Teloschistaceae. A família Parmeliaceae foi a que apresentou maior riqueza de espécies, seguida pela Ramalinaceae. Com relação ao padrão de crescimento, o hábito folioso apresentou-se em 75% das espécies, seguido pelos fruticosos com 25%. Espécies de Angiospermas (Ageratum fastigiatum, Tragia volubilis, Eugenia vernicosa e Portulaca grandiflora) e Liquens (Parmelinella cinerascens, Xanthoparmelia conspersa, X. crystallicola, Pyxine physciiformis, Heterodermia albicans e Physcia erumpens) foram citadas pela primeira vez para o Estado de Pernambuco, o que corrobora a tese de que a Serra do Pará apresenta grande biodiversidade e incipiência em estudos. Assim, esta pesquisa fornece, do ponto de vista biogeográfico, conhecimento científico sobre a região e, consequentemente, subsídios para a geoconservação dos afloramentos rochosos da Serra do Pará. Reforça-se, portanto, a importância em se conhecer a dinâmica da paisagem e a composição florística e liquênica da Serra, para que no futuro seja implantado um plano de manejo, bem como projetos de biomonitoramento, utilizando os Liquens como indicadores biológicos da qualidade ambiental. Objetiva-se, assim, planejar o uso sustentável e a gestão dos recursos naturais disponíveis na Serra. |