Entre mares, lares e terras: identidade cultural e contexto pós-colonial em Jamaica Kincaid, Dionne Brand e Conceição Evaristo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: SILVA, Márcia Maria Oliveira
Orientador(a): WALTER, Roland Gerhard Mike
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Letras
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/24981
Resumo: A literatura é capaz de contribuir significativamente para a compreensão da existência humana através da construção de mundos ficcionais. A literatura pós-colonial ganhou espaço e notoriedade porque revela a experiência de povos que viveram sob a marca da colonização e que continuam experienciando as consequências do passado colonizador. Esta literatura quebra o silêncio promovido pelo discurso do colonizador e busca o direito à fala e à recuperação do passado; percebe-se que na literatura produzida nas Américas a herança colonial ainda é muito marcante, as escritoras Jamaica Kincaid (Antígua-Estados Unidos), Dionne Brand (Trinitad e Tobago-Canadá) e Conceição Evaristo (Brasil) apresentam em seus textos uma conexão com o contexto pós-colonial e focam em questões socioculturais significativas para a reflexão e o entendimento de temáticas como etnicidade, raça, poder, sexo, gênero e classe social. As obras analisadas nesta tese apresentam personagens excluídos socialmente, revelando narrativas que se afastam de estereótipos socialmente construídos e estabelecem novos paradigmas. Este trabalho surge com o objetivo principal de analisar um total de 12 obras a fim de compreender a maneira como Kincaid, Brand e Evaristo desenvolvem noções como identidade, memória, diáspora e pós- olonialidade. Utilizamos como arcabouço teórico autores como Stuart Hall, Gayatri Spivak, Aníbal Quijano, Frantz Fanon, Alberto Memmi, Paul Gilroy, Roland Walter, Carole Boyce Davies, Aleida Assmann, Lélia Gonzalez, Eurídice Figueiredo, entre outros, com o intuito de comprovar que as interpelações identitárias vão se construindo através das experiências de cada personagem. As narrativas analisadas abordam sujeitos que são frutos das sociedades ‘multiculturais’, sendo que estas não escondem a existência de uma ‘consciência patriarcal/colonial/imperial’ que interferem diretamente no estabelecimento das relações sociais, revelando assim as nuances da colonialidade do poder e da subalternidade. As obras analisadas se estabelecem, portanto, na maneira como Kincaid, Brand e Evaristo compreendem as marcas do colonialismo na sociedade e nas relações humanas, bem como as nuances da opressão feminina e da opressão racial.