Identificação e determinação de atividades biológicas de metabólitos secundários e inibidores de tripsina de folhas e ramos de Jacaranda rugosa e caule de Pilosocereus gounellei
Ano de defesa: | 2019 |
---|---|
Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso embargado |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
UFPE Brasil Programa de Pos Graduacao em Ciencias Biologicas |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/36133 |
Resumo: | Inibidores de protease de natureza proteica são descritos como agentes antimicrobianos e metabólitos secundários de plantas são apontados como agentes antioxidantes e anti-inflamatórios. A Caatinga é um bioma exclusivamente brasileiro e grande parte do seu patrimônio biológico não é encontrada em nenhum outro lugar do mundo. Para a realização do presente trabalho, duas plantas da Caatinga foram selecionadas com o intuito de explorar suas potencialidades farmacológicas: Pilosocereus gounellei (xiquexique) e Jacaranda rugosa (pindaíba do cerrado). A presente tese teve como objetivos isolar, caracterizar e avaliar a atividade antimicrobiana de inibidores de tripsina do caule de P. gounellei (PgTI) e de ramos de J. rugosa (JrTI). Extratos metanólicos de ramos e folhas de J. rugosa foram também estudados quanto à presença de metabólitos secundários e atividades antimicrobiana, antioxidante e anti-inflamatória. PgTI foi isolado a partir do extrato salino do caule de P. gounellei por cromatografia de gel filtração (Sephadex G-100) seguida de cromatografia de troca iônica (DEAE). Esse inibidor é uma proteína de massa molecular de 37,1 kDa e ponto isoelétrico 5,88, cuja atividade inibidora de tripsina foi resistente ao aquecimento até 50 ºC. PgTI inibiu o crescimento de Escherichia coli, Enterococcus faecalis, Micrococcus luteus, Pseudomonas aeruginosa, Serratia sp., Staphylococcus aureus e Staphylococcus saprophyticus (concentração mínima inibitória, CMI: 37,5 a 150 μg/mL), sendo bactericida somente para E. coli (concentração mínima bactericida, CMB: 75 μg/mL). JrTI foi purificado a partir do extrato salino de ramos de J. rugosa por fracionamento com sulfato de amônio seguido de cromatografia de afinidade em coluna de Tripsina-Agarose. A massa molecular nativa de JrTI é de 27 kDa e sua atividade inibidora de tripsina foi fortemente reduzida quando incubado a 50 ºC. A atividade inibidora de tripsina de JrTI foi em máxima em pH 10,0 e reduzida em pH ácido. JrTI apresentou atividade antimicrobiana somente contra Candida krusei (CMI: 150 μg/mL), não sendo fungicida. JrTI causou danos à permeabilidade da parede celular do fungo. Os extratos etanólicos de folhas e ramos de J. rugosa continham flavonoides e esteroides. Foi detectada a presença de rutina no extrato de folhas e de rutina, quercetina e hiperosídeo no extrato de ramos. Adicionalmente, foi identificada a presença de fenilpropanoides nos extratos. O extrato de folhas apresentou atividade bacteriostática contra E.coli (CMI: 10 mg/mL) e Streptococcus pyogenes (CMI: 20 mg/mL). Já o extrato de ramos inibiu o crescimento de E. coli (CMI: 5 mg/mL). Os extratos foram ativos contra os radicais livres DPPH (IC50 de 17,04 e 9,37 μg/mL para ramos e folhas, respectivamente) e ABTS+ (IC50 de 16,39 e 9,10 μg/mL para ramos e folhas, respectivamente). No teste de peritonite induzida por carragenina, nenhuma morte e alterações em parâmetros fisiológicos, bioquímicos e hematológicos foram detectadas. Ainda no mesmo teste, os extratos (200 mg/kg, via oral) reduziram significativamente a migração celular de leucócitos para o exsudato peritoneal. Em conclusão, os resultados obtidos valorizam as espécies P. gounellei e J. rugosa como fontes de recursos farmacológicos de origem natural. |