Fungos micorrízicos arbusculares em unidades de conservação de Mata Atlântica no Nordeste do Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: PEREIRA, Camilla Maciel Rabelo
Orientador(a): MAIA, Leonor Costa
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Biologia de Fungos
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/25394
Resumo: A Mata Atlântica na costa Nordeste Brasileira está protegida por dois regimes de manejo com diferentes graus de impacto humano. Avaliaram-se os possíveis efeitos desses manejos sobre a estrutura da comunidade de Fungos Micorrízicos Arbusculares (FMA), componentes importantes da micobiota do solo que vivem em simbiose com a maioria dos vegetais. Amostras de solo e raízes foram coletadas ao longo de um transecto de 800 km em 10 Unidades de Conservação sob manejo de proteção-integral e de uso-sustentável ao longo da costa Nordeste e em ambiente insular durante as estações chuvosa e seca. Colonização micorrízica, número de esporos, identificação morfológica e molecular dos FMA, índices ecológicos e distribuição de dissimilaridades real e hipotética foram avaliados. Em ambiente insular Neotropical, a atividade dos FMA é afetada pelas práticas de manejo, que provavelmente resulta da perturbação ambiental combinada com a dominância da espécie invasora Leucena leucocephala. A comunidade de FMA não foi significativamente afetada pelas práticas de manejo e isso provavelmente se deve ao processo de homogeneização que vem ocorrendo na biota das florestas tropicais. Em relação as UCs continentais, a abordagem morfológica revelou que as práticas de manejo parecem influenciar a diversidade e a estrutura geral das comunidades de FMA ao reduzir a diversidade β nas áreas sob uso-sustentável. De acordo com a abordagem molecular, proveniente do sequenciamento Illumina Miseq, os dados de dissimilaridade das comunidades de FMA foram divergentes quanto aos previstos sob neutralidade, indicando algum tipo de perturbação antropogênica ou extrema heterogeneidade biológica e ambiental. A caracterização dos FMA em Unidades de Conservação no Nordeste Brasileiro revelou um padrão até então desconhecido de distribuição das comunidades. As variáveis espaciais (localização geográfica e áreas) e os tipos de vegetação, solo e clima foram os responsáveis por modelar regionalmente a distribuição das comunidades de FMA presentes em áreas remanescentes de Mata Atlântica. Os resultados gerados nesse estudo, bem como as sequências ambientais registradas serão incorporadas às plataformas públicas de dados disponíveis e certamente terão um papel decisivo nos trabalhos que tentam elucidar os padrões globais de distribuição dos Glomeromycota, visto que existe uma grande lacuna de conhecimento para a América do Sul.