Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
BARROS, Laís Hellena Araujo de Paiva |
Orientador(a): |
FONSECA, Jorge Luiz Cardoso Lyra da |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pos Graduacao em Psicologia
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/48214
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Resumo: |
A pesquisa objetivou analisar os repertórios linguísticos produzidos por um homem trans pai que gestou sua filha, ou seja, um recorte específico de exercício da paternidade atravessado por um processo gestacional. Constatamos que as experiências das pessoas trans no campo dos cuidados reprodutivos assim como o manejo e atenção no âmbito da saúde reprodutiva, quando esta extrapola as necessidades do processo transexualizador - tido como “corretivo” evidenciando o caráter patológico sob o qual a transexualidade é compreendida socialmente -, são invisibilizadas. Há um caráter “impensável” da questão reprodutiva voltada ao público LGBT – especialmente ao “T” da sigla, uma “esterilidade simbólica” que coíbe estruturalmente qualquer possibilidade do exercício da parentalidade ou funções de cuidado por pessoas trans. Como suporte teórico utilizamos as concepções de performatividade propostos por Judith Butler sobre gênero, linguagem - que defende como indissociável ao pensarmos sobre as (des)construções identitárias -, e o Transfeminismo como uma alternativa feminista que propõe abarcar a diversidade de sujeitas do feminismo e pautas e demandas não cisgêneras. À sustentação teórico-metodológica, utilizamos o Construcionismo Social, que entende os fenômenos da vida cotidiana como construções sociais e produtos do contexto ao qual estão inseridos. Foram analisadas em contextos de lives veiculadas por Instagrans institucionais do Fórum LGBT de Pernambuco e Coletivo Mangueiras as falas de um homem trans pai que gestou. Esta estratégia considera as novas possibilidades de interação e comunicação considerando as mídias digitais enquanto prática na vida cotidiana, uma alternativa possível de pesquisa no hall de estudos das práticas discursivas a partir de matérias de diálogos públicos. Nas reflexões propostas na análise, definimos três momentos: o período gestacional, o exercício paterno e o puerpério, e o contexto social relativo ao cuidado das transpaternidades, o “berço social”. Entre os aspectos importantes que emergiram, encontramos a escassez de produções sobre o tema, o caráter estrutural na invizibilização das transmasculinidades, e a importância dos movimentos sociais às garantias de direitos. |