Arqueologia do envelhecimento nas perspectivas identitária e biológica : estudo de caso do Sítio Furna do Estrago, Pernambuco, Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: MASTROROSA, Raquel Roldan
Orientador(a): SILVA, Sérgio Francisco Serafim Monteiro da
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Arqueologia
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/44228
Resumo: Esta pesquisa versa sobre estudos relacionados ao envelhecimento humano, a partir das concepções teóricas e metodológicas da Bioarqueologia Social e da Arqueologia do Envelhecimento. O envelhecimento humano é um fenômeno complexo, universal, deletério, individual e pode estar associado à construções de identidades sociais que variam entre grupos, culturas, sociedades e temporalidades. Na Arqueologia, é uma área recente de estudo que apresenta muitas lacunas e problemas de ordem discursiva, teórica, metodológica e interpretativa. Por meio de estudos interdisciplinares sobre a temática nas ciências humanas é apresentado como as influências e construções contemporâneas interferem nas categorizações e interpretações sobre os indivíduos envelhecidos, bem como isso se relaciona com o baixo número de trabalhos relacionados na Arqueologia. Problemas metodológicos também estão relacionados à um baixo número de indivíduos envelhecidos entre as coleções antropológicas humanas da Arqueologia, que tende a tratar o envelhecimento como um dado etário. A estimativa de idade à morte apresenta diversos problemas classificatórios e de análise, principalmente relacionados na identificação de indivíduos envelhecidos através de remanescentes ósseos. Estudos baseados nas ciências biológicas, gerontológicas e anatomofisiológicas sobre o envelhecimento elucidam esse fenômeno como um processo digno de atenção e cuidados, tal qual apresentam novas possibilidades de interpretação e classificação. Para tanto, utilizamos como estudo de caso os remanescentes ósseos humanos exumados do sítio Furna do Estrago (11.060 ± 90 anos AP à 1.040 ± 50 anos AP ), escavado na década de 1980. Os remanescentes ósseos que foram analisados nas décadas de 1980 e 1990 apresentam disparidades classificatórias de idade. Desta forma, a pesquisa centra-se em compreender o envelhecimento e suas pluralidades através de estudos biológicos e sociais. Como metodologia, no que tange o envelhecimento fisiológico, foi feito a estimativa de idade à morte através da análise da morfologia da sínfise pública, da superfície auricular do ílio, da obliteração das suturas ectocranianas, em conjunto com biomarcadores fisiológicos e degenerativos de envelhecimento esquelético. Para a identificação de marcadores de identidade associadas ao envelhecimento foram analisados estatisticamente dados biológicos, espaciais e descritores funerários. Em se considerando a metodologia proposta, foram identificados um número maior de indivíduos envelhecidos, uma disparidade quanto às técnicas de estimativa de idade à morte no mesmo conjunto amostral e uma homogeneidade no que tange o tratamento mortuário dos indivíduos envelhecidos em relação aos demais.