Purificação e caracterização de uma tripsina do peixe amazônico tambaqui (Colossoma macropomum)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2010
Autor(a) principal: Marcuschi, Marina
Orientador(a): de Souza Bezerra, Ranilson
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/1684
Resumo: O tambaqui (Colossoma macropomum) é um peixe de importância comercial no Brasil e por isso, o estudo das biomoléculas obtidas a partir do processamento dos seus resíduos pode agregar valor à produção deste animal nativo dos rios e lagos amazônico. Dentre as biomoléculas de maior interesse comercial estão as peptidases alcalinas, como a tripsina, sendo elas aplicáveis em processos industriais e de biorremediação. Visando um aprofundamento do estudo das enzimas de peixes para aplicação comercial, o presente trabalho teve como objetivo purificar uma peptidase dos cecos pilóricos do tambaqui, através de um processo desenvolvido em quatro etapas (aquecimento, fracionamento salino, gel filtração e afinidade). A enzima purificada apresentou massa molecular de 23,9 kDa e sequência NH2-terminal IVGGYECKAHSQPHVSLNI. Na caracterização físico-química desta enzima com z-FR-MCA (substrato fluorogênico), a atividade mais alta foi observada no pH e temperatura de 9,0 e 50°C, respectivamente. Já nos experimentos com o substrato cromogênico BAPNA, a atividade máxima da enzima foi encontrada na faixa de pH entre 7,5 to 11,5 e na temperatura de 70°C. Quanto à sua estabilidade térmica, a enzima manteve mais de 60% da sua atividade inicial após 3h a 60°C, mas foi completamente desnaturada após passar o mesmo tempo a 70°C. A enzima foi significativamente inibida por TLCK e benzamidina (inibidores específicos de tripsina), bem como por PMSF (inibidor de serino peptidases) e pelos íons Al+3, Cu+2, Hg+2, Pb+2 Zn+2 e Ni+2. A especificidade de hidrólise desta enzima foi avaliada com duas séries de substratos fluorogênicos sintéticos (Abz- XRFK-Dnp-OH and Abz-RXFK-Dnp-OH), apresentando especificidade pelo aminoácido arginina na posição P1 e alta eficiência para a hidrólise de substratos com leucina (L) e lisina (K) na posição P2 e serina (S) e arginina (K) na posição P1 , sendo também capaz de hidrolisar substratos com prolina (P) na posição P1 . Na presença dos sabões em pó Omo multi ação®, Bem-te-vi®, Minerva® e Ala®, a enzima purificada do tambaqui manteve mais de 70% da sua atividade proteolítica, apresentando estabilidade semelhante à Alcalase® e sendo mais estável que a tripsina comercial de porco Sigma®. A enzima do tambaqui também se manteve estável na presença de tenso-ativos, como Triton X-100, SDS, Tween 20, Tween 80 e Chaps, bem como o agente oxidante, H2O2, em várias concentrações. Esses resultados indicam a versatilidade e estabilidade da tripsina-símile purificada