Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2024 |
Autor(a) principal: |
CORREIA, Pedro Ivo Szpak Furtado |
Orientador(a): |
CARVALHO, Marcus Joaquim Maciel de |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pos Graduacao em Historia
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/56303
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Resumo: |
O presente trabalho aborda uma aparente dicotomia na base do discurso senhorial no século XIX visualizada a partir de anúncios de venda e fuga de escravizados no Diário de Pernambuco. Seu objetivo envolve reivindicar a viabilidade e a relevância de uma proposta de interdisciplinaridade entre a história e a linguística, contribuindo para a história social da escravidão no Brasil, demonstrando a realidade oitocentista do cotidiano do cativeiro a partir do discurso senhorial. A teoria desta pesquisa é de base materialista e crítica, sendo composta, principalmente, pelo conceito marxiano de totalidade; pela dinâmica da negociação e do conflito, de J. J. Reis e E. Silva; pela crítica à historiografia tradicional do escravismo, em C. Moura, A. Nascimento e B. Nascimento; pela Análise Crítica do Discurso, em N. Fairclough, T. van Dijk e T. van Leeuwen; e pelo conceito de signo linguístico, de F. de Saussure. As fontes históricas são centenas de anúncios de venda e de fuga de escravizados em setenta edições do Diário, entre 1837 e 1843, e os dicionários de L. M. da Silva Pinto (1832) e A. de Moraes e Silva (1823). A metodologia, de teor indutivo-dedutivo, envolve uma proposta qualitativa de análise do discurso e outra quantitativa de investigação dos signos encontrados. A partir disso, descortina-se a aparente dupla natureza do discurso senhorial, composta por uma dimensão comodificadora e outra subjetivadora dos agentes históricos escravizados. Nos anúncios, tendo a primeira dimensão como perspectiva, visualiza-se a predominância de menções às “nações” africanas, a indivíduos entre 16 e 20 anos, a mulheres vendidas e homens fugidos e a ofícios domésticos entre os vendidos e ofícios do ganho entre os fugidos. Quanto à segunda dimensão, vê-se características físicas genéricas e “sedutoras” na venda e específicas e “sinceras” na fuga; ausência de defeitos entre os vendidos; alta frequência de cicatrizes, vícios e sequelas de doenças entre os fugidos; menções às habilidades da fala e ao semblante; a frequência com a qual os fugidos se “intitulavam forros”; o uso de adereços como brincos e a presença de “marcas de nação”; e a primazia de peças de roupa de algodão ou de chita. |