Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
GHEDIN, Gabriel de Souza |
Orientador(a): |
IANNUZZI, Luciana |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pos Graduacao em Biologia Animal
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/44722
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Resumo: |
Cadeias tróficas em cavernas são em sua grande maioria estruturadas a partir de recursos de origem alóctone, sendo o guano de morcegos o principal recurso alimentar em se tratando de cavernas permanentemente secas. Apesar do avanço gradativo do conhecimento sobre as cavernas, existem lacunas do conhecimento no que diz respeito aos padrões das comunidades de invertebrados cavernícolas no nordeste do Brasil. Nesse sentido, os invertebrados associados aos depósitos de guano de morcegos insetívoros em cavernas do semiárido brasileiro foram caracterizados. Em seguida buscou-se compreender padrões de distribuição dessas comunidades de acordo com a latitude, bem como com características físicas e microclimáticas das cavernas e dos depósitos de guano. Buscou-se, ainda, determinar a ocupação de nicho das espécies mais abundantes presentes no guano. Para tanto, foi realizado um evento amostral em sete Bat Caves (i.e., cavernas abrigando milhares de morcegos) duas delas são consideradas hot caves (i.e., Bat Caves com câmaras que atingem 30o a 35o) Em cada cavidade foram coletadas três amostras de 100ml de guano de morcegos insetívoros em diferentes depósitos e alocadas em funis de Berlese-Tullgren durante 24 horas para a extração de invertebrados. Nos mesmos depósitos de guano e nas câmaras da cavidade foram tomadas medidas de temperatura e umidade, e as cavernas foram classificadas em Hot Caves e não Hot Caves. Foram obtidas ainda a latitude, projeção horizontal e índice de estabilidade ambiental das cavernas. Foram coletados 15.265 invertebrados de 169 espécies, sendo Acari o táxon mais abundante do estudo. Dentre os Argasidae (Acari), Ornithodoros rodoniensis foi registrada pela primeira vez no bioma Caatinga. A composição de espécies não variou entre Hot e não Hot Caves. A riqueza de espécies não foi afetada pelas variáveis testadas. Porém, a riqueza tendeu a ser maior em câmaras e depósitos mais quentes, e em câmaras mais secas. Das seis espécies de ácaros mais abundantes, quatro espécies apresentaram hábitos generalistas, mas apresentaram uma tendência às cavernas mais estáveis. Por outro lado, Guanolichidae sp.1 e Rosensteniidae sp.1 foram mais especialistas, estando associadas apenas à caverna Boqueirão de Lavras da Mangabeira II. Esses invertebrados diversas vezes são classificados como recurso espaço dependentes, estando mais susceptíveis às variações das condições do recurso disponível do que das condições da estrutura física das cavernas ou das condições da paisagem na qual a cavernas se insere. Os resultados desse estudo fornecem bases para uma melhor compreensão de padrões de uso do guano de morcegos insetívoros por invertebrados cavernícolas. O entendimento desses padrões, ou até mesmo, a falta deles. Pode auxiliar na proposição de boas estratégias para a conservação de cavernas da Caatinga brasileira. |