Transporte, velocidade efetiva e inclusão social: um estudo para o Recife

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: LIMA, Jessica Helena de
Orientador(a): MAIA, Maria Leonor Alves
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Engenharia Civil
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/17141
Resumo: Esta dissertação baseia-se na hipótese de que as pessoas não escolhem os seus modos de transporte de maneira efetiva, pois não consideram o tempo adicional gasto para serem capazes de pagar um determinado modo no tempo total de deslocamento. A escolha do tema é justificada pela necessidade de aprofundamento em nível local e nacional, de ferramentas de apoio à tomada de decisão para os usuários e para os planejadores de políticas públicas. O objetivo principal é estimar a velocidade efetiva para diferentes modos de transporte utilizando como objeto empírico o contexto atual dos padrões de deslocamento da Região Metropolitana do Recife de e para o bairro do Recife. Se propõe ainda a avaliar a velocidade efetiva considerando as diferentes classes sociais. A indicação dos modos de transporte mais efetivos para cada nível de renda e sugestões para os gestores públicos e para os cidadãos sobre os modos mais efetivos são apresentados nas conclusões. A partir dos resultados encontrados na pesquisa, espera-se ofertar aos tomadores de decisão uma ferramenta de análise capaz de subsidiar políticas que visem melhor aplicação do recurso público de forma mais justa para a sociedade. O referencial teórico abrange temas como o uso de teorias comportamentais no transporte, o conceito teórico de velocidade efetiva, de acessibilidade e de inclusão social. O modelo de análise escolhido para testar a hipótese foi o da velocidade efetiva dos meios de transporte. A hipótese foi confirmada, pois a escolha do modo de transporte da amostra não coincidiu com o modo indicado pela metodologia. De acordo com o método da velocidade efetiva todas as classes deveriam utilizar o metrô para se deslocar pendularmente até o bairro do Recife. A bicicleta apresentou um desempenho honrável, ocupando o segundo lugar para os níveis de renda 2, 3 e 4 e o terceiro para os níveis 1 e 5. Além disso, muitos dos entrevistados demonstraram desejo em utilizar a bicicleta, reprimido, principalmente, pela falta de infraestrutura adequada e segurança pública e viária. O transporte a pé se destacou para o nível de renda 1, ocupando o segundo lugar e, para os níveis 2,3,4, ainda ocupou a terceira colocação, enfatizando uma necessidade de melhoria das calçadas na RMR. Para os níveis 5 e 6 de renda, o transporte público por ônibus ficou com o segundo lugar. Os veículos particulares motorizados, motocicleta e automóvel, ficaram com colocações baixas para todos os níveis de renda. Como análise desses resultados conclui-se que: (i) os indivíduos não escolhem de maneira efetiva seu modo de transporte, e isso não se dá apenas pelo conforto ou comodidade, mas muitas vezes por se verem reféns de um determinado modo devido à falta de infraestrutura para a viabilização de outros ou a uma restrição financeira; (ii) o poder público não investe nas infraestruturas de transporte dos modos mais efetivos, priorizando sempre a destinação de recursos para o modo que a população mais abastada utiliza indiscriminadamente, o automóvel. Para reverter essa situação são sugeridas políticas públicas de inclusão social, por meio do investimento em infraestrutura de transporte público de média e alta capacidade (ex: metro, BRT ou VLT) e de transporte não motorizado como infraestrutura cicloviária e de pedestres de forma a aumentar o número de pessoas capazes de optar pelo uso desses modos encontrados como os mais efetivos por esse estudo.