Evolução da paisagem geomorfológica na Bacia Hidrográfica do Rio Cariús (BHRC), semiárido brasileiro

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: SOUSA, Sinara Gomes de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
UFPE
Brasil
Programa de Pos Graduacao em Geografia
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/58644
Resumo: Esta tese buscou compreender a dinâmica paleoclimática e suas implicações na evolução geomorfológica na Bacia Hidrográfica do Rio Cariús (BHRC), sul do Estado do Ceará, durante o período correspondente ao Pleistoceno Superior e Holoceno, utilizando como ferramentas os indicadores paleoambientais aprisionados nos depósitos sedimentares coluviais e aluviais. Para tanto, executou-se os procedimentos metodológicos seguintes: mapeamentos multitemáticos, mapeamento geomorfológico e caracterização dos ambiente deposicionais, atividades de campo para a coleta e análise morfoestratigráfica das seções deposicionais, exames sedimentológicos em laboratório, e datações por meio do método da Luminescência Opticamente Estimulada (LOE). O quadro geoambiental da BHRC se apresenta de maneira complexa devido a sua dimensão territorial (2.262 km2) e localização geográfica, pois está inserida em dois domínios morfoestruturais com comportamentos hidrogeológicos comandados por características geológicas, geomorfológicas e climáticas distintas. O alto curso está inserido na Bacia Sedimentar do Araripe, nos setores de encosta de um amplo anfiteatro erosivo do Planalto Sedimentar do Araripe, enquanto os setores do médio e baixo curso estão inseridos no complexo cristalino da Superfície Sertaneja. Como resultados, a geocronologia indicou a ocorrência de eventos deposicionais pontuais com idades de 25.115 anos A.P., 20.970 anos A.P., 12.135 anos A.P., 5.830 anos A.P., 5.690 anos A.P., 2.710 anos A.P., 820 anos A.P. e 510 anos A.P. A análise sedimentológica e morfoestratigráfica apontou que os depósitos foram formados por movimentos de massa de alta atividade hidrodinâmica, como fluxos de lama de moderada a baixa energia, e fluxos de detritos de moderada a alta energia, impulsionados por eventos pluviométricos torrenciais de alta magnitude e baixa recorrência. A cronocorrelação das idades desta tese com as idades de Lima (2015), Guerra (2019) e Bispo (2022) posicionou os depósitos sob contextos paleoclimáticos semelhantes, cujos os processos deposicionais foram engatilhados pelos mesmos inputs climáticos, no entanto, as idades absolutas, apesar de próximas, não são correspondentes. De modo geral, a evolução geomorfológica na Bacia Hidrográfica do Rio Cariús se deu em momentos de tensionamento e desestabilização do sistema morfogenético, impostos pelas oscilações globais/regionais de temperatura e umidade em resposta às forçantes orbitais, cósmicas, oceânicas, vulcânicas e atmosféricas, responsáveis pelo desencadeamento de eventos climáticos como os Ciclos Dansgaard-Oeschger, Eventos Heinrich, Younger Dryas, Ótimo Climático do Holoceno, Pequena Idade do Gelo entre outros.