Estudos geoquímicos, sedimentológicos e estratigráficos dos sedimentos ocorrentes nos municípios de Lagoa do Carro e Carpina, Estado de Pernambuco

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: CARVALHO, Rizelda Regadas de
Orientador(a): NEUMANN, Virgínio Henrique de Miranda Lopes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso embargado
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Geociencias
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/39999
Resumo: Os sedimentos ocorrentes nos municípios de Lagoa do Carro e Carpina, PE sempre foram mapeados como rochas pertencentes à Formação Barreiras. Mas, recentemente, eles foram mapeados como sedimentos diferenciados no Projeto Rio Capibaribe. No município de Lagoa do Carro foram redefinidos como depósitos Colúvio-Eluviais, e Carpina, permaneceu como sendo da Formação Barreiras. Este estudo teve como objetivo caracterizar quanto a sua geoquímica, composição e datação, os sedimentos que ocorrem no município de Lagoa do Carro comparando com os de Carpina, assim como compreender sua proveniência, trabalhando com a questão se eles realmente são da Formação Barreiras ou não. Foram coletadas 21 amostras em Lagoa do Carro, 15 amostras em Carpina e 05 amostras em afloramento típico da Formação Barreiras, de modo a comparar os resultados encontrados com os municípios em questão. As amostras foram submetidas a quatro tipos de análises: Minerais Pesados (MP), Espectroscopia de Reflectância (ER), Difratometria de Raios-X (DRX) e Termoluminescência Opticamente Estimulada (LOE). Foram utilizadas também as amostras de calha de 17 poços profundos perfurados no município de Lagoa do Carro, cuja finalidade foi conhecer a espessura desse pacote sedimentar até atingir o embasamento. Os minerais pesados abundantes em Lagoa do Carro foram: Magnetita, Zircão, Ilmenita e Apatita. Menos abundantes: Turmalina, Rutilo e Silimanita. Os raros: Monazita, Anfibólio e Mica. Em Carpina, os abundantes: Magnetita, Ilmenita e Turmalina. Menos abundantes: Zircão, Apatita e Rutilo. Os raros: Mica, Silimanita e Monazita. Sugere-se que a proveniência desses minerais seja de duas fontes: das rochas metassedimentares do Complexo Surubim-Caroalina e das rochas metaígneas do Complexo Salgadinho. As análises de ER e DRX apresentaram resultados semelhantes nos dois municípios: a caulinita, goethita e hematita. Também foram consideradas para análise as altitudes ocorrentes nos municípios em questão, correlacionando-os com os tabuleiros costeiros modelados pela Formação Barreiras. Alguns pesquisadores comprovaram que essa unidade geológica não ultrapassa os 100m de altitude. Comparativamente, evidenciou-se através das altitudes em Lagoa do Carro e Carpina (~184 m) que esses sedimentos são pertencentes ao Pós- Barreiras. Das amostras analisadas pelo método de LOE em Lagoa do Carro a mais antiga foi de idade 160,15 ± 38,26 ka. Em Carpina, de idade 67,45 ±18,24 ka. Constata-se que os sedimentos de Carpina são mais recentes que os de Lagoa do Carro, com a diferença de idade de ± 40,00 ka. Similarmente aos dados da literatura, os resultados obtidos por LOE revelam que os sedimentos de Lagoa do Carro e Carpina, apresentaram idades relacionadas ao Pleistoceno, configurando como sedimentos Pós-Barreiras. Como conclusão, os resultados das investigações indicam que os sedimentos inconsolidados desses dois municípios não pertencem à Formação Barreiras, e sim como depósitos sedimentares pertencentes aos sedimentos Pós-Barreiras, de acordo com as datações pelo método de LOE e também, no que se refere às altitudes investigadas.