Distribuição de sujeito nulo e pleno no português falado e escrito por universitários guineenses e são-tomenses da UNILAB-Ceará : interferências do português brasileiro?

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: OLIVEIRA, Gabryella Fraga de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
UFPE
Brasil
Programa de Pos Graduacao em Letras
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/36739
Resumo: No continente africano, o português convive com várias línguas africanas, resultando assim em um intenso contexto de multilinguismo. Recentes investigações linguísticas apontam para o fato de que a norma urbana culta nos países africanos é muito próxima à norma padrão do português europeu (PE) (cf. MOTA; MIGUEL; MENDES, 2012; BRANDÃO; VIEIRA, 2012; GONÇALVES, 2000). Além disso, a maior ou menor utilização de outra língua favorece, respectivamente, uma maior ou menor proximidade com a variedade europeia do português, língua oficial em alguns países africanos. Diante disso e baseando-nos no modelo teórico de Princípios e Parâmetros (CHOMSKY, 1981, 1986), centramos nossa atenção neste trabalho na distribuição de sujeitos nulos e plenos em dados orais e escritos produzidos por falantes guineenses e são-tomenses que moram no Brasil e estudam na Universidade de Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (UNILAB), localizada na cidade de Redenção-CE, comparando nossos resultados com os já obtidos no PE, em que sujeitos nulos são muito produtivos e analisando as possíveis interferências do português brasileiro (PB). Para tanto, os dados que compõem o corpus (contextos declarativos finitos) foram selecionados de entrevistas informais e textos narrativos produzidos por vinte e quatro alunos guineenses e vinte e quatro alunos são-tomenses, distribuídos entre homens e mulheres. As variáveis selecionadas para a análise são: país de origem, sexo, período do curso (tempo de permanência no Brasil), a pessoa gramatical, tipo de oração, o traço do referente de terceira pessoa e a duplicação do sujeito. Os resultados apontam que há uma maior incidência de sujeitos nulos, embora verifiquemos que há pontos de divergência entre os resultados dos dois países em questão. Ao que percebemos, essa divergência, pode ocorrer por questões relacionados ao contato linguístico: em Guiné Bissau, o português é uma L2, ao passo que em São Tomé é muito frequentemente uma L1 (cf. HAGEMEIJER 2009). Também percebemos que o português guineense, em sua modalidade falada, tem preferência por sujeitos plenos em contextos semelhantes aos que o PB faz essa escolha, enquanto que o português são-tomense é uma língua que vai ao encontro da variedade europeia do português e é favorável à produção de sujeitos nulos, mesmo em contextos em que o PB teria preferência por sujeitos plenos.