Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
SIQUEIRA, Lucas Cristiano da Silva |
Orientador(a): |
VIEIRA FILHO, Leucio Duarte |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
|
Tipo de acesso: |
Acesso embargado |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
|
Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pos Graduacao em Bioquimica e Fisiologia
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Brasil
|
Palavras-chave em Português: |
|
Link de acesso: |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/47701
|
Resumo: |
A lesão renal aguda (LRA) induzida por sepse é uma situação clínica que apresenta elevada morbidade/mortalidade. Além disso, a LRA por si é um fator de risco para o desenvolvimento de lesões renais tardias e hipertensão, mesmo quando há recuperação dos marcadores clínicos de função renal após o evento agudo. Essa relação pode ocorrer através de modificações no transporte tubular de Na+, elevação do estresse oxidativo e ativação do sistema renina- angiotensina aldosterona (SRAA). Adicionalmente, tem sido descrito que o sistema imune apresenta um papel-chave nos mecanismos de lesão renal. Dessa forma, o objetivo deste trabalho foi avaliar o impacto tardio da LRA induzida por sepse no SRA, estresse oxidativo e na atividade das ATPases transportadoras de Na+ do túbulo proximal, bem como investigar se a imunossupressão pela administração de micofenolato de mofetil (MMF) é capaz de atenuar a indução dessas alterações em longo prazo. Para isso ratos Wistars (300-350 g, n=16) foram submetidos a indução de lesão renal aguda através da administração de LPS (10 mg/kg, sc). alguns destes animais (n=8) receberam dose única do MMF (30 mg/kg, via oral) 24h antes da administração do LPS (grupo LM) ou solução de NaCl 0,9% (1 ml/kg, sc) (grupo L). O grupo controle foi constituído por ratos submetidos a administração de NaCl 0,9% (1 ml/kg, sc) na ausência (grupo C) e na presença (grupo CM) da administração prévia de MMF (n=8). Os ratos foram submetidos a avaliação da função renal e da pressão arterial sistólica (PAS), bem como que no córtex renal foram avaliados marcadores de estresse oxidativo, atividade das ATPases transportadoras de Na+ e conteúdo proteico do receptor AT1 para angiotensina II (AT1R), da subunidade p65 do NFkB e das citocinas inflamatórias TNF-α e IL-6. As diferenças entre os grupos experimentais foram analisadas utilizando-se a análise de variância de 2-vias seguida pelo teste de Tukey. Nas primeiras 24 horas após administração do LPS, em relação ao grupo C, observou-se um pronunciado aumento do fluxo urinário e dos níveis séricos de ureia e creatinina. Após 2 semanas, os animais tratados com LPS apresentaram marcadores séricos de função renal semelhantes ao grupo C, enquanto que, na quarta semana pós-LRA, o clearance de creatinina apresentou-se diminuído. No período tardio a LRA induzida pelo LPS, também foi observada elevação da PAS, bem como elevação da peroxidação lipídica renal em paralelo a um aumento da atividade da NADPH oxidase. Além disso, foi observado que o grupo tratado com LPS apresentou alterações opostas na atividade das ATPases transportadoras de Na+ no cortex corticis renal: maior a atividade da (Na+/K+)ATPase sensível a ouabaína e menor atividade da (Na+)ATPase sensível a furosemida. Essas alterações não foram acompanhadas de mudanças no conteúdo proteico cortical renal do AT1R, do NFkB ou das citocinas inflamatórias. O tratamento prévio com MMF preveniu a elevação aguda dos níveis séricos de creatinina e ureia em resposta ao LPS, bem como as alterações tardias no clearance de creatinina, na PAS, no aumento do estresse oxidativo renal e atividade da NADPH oxidase. Por outro lado, o MMF aumentou a atividade da (Na+/K+)ATPase adicionalmente ao efeito já induzido pelo LPS, enquanto que ele preveniu a diminuição da atividade da (Na+) ATPase. Em conjunto, os dados do presente trabalho mostram que a LRA induzida por sepse promove alterações tardias do estresse oxidativo renal e do transporte tubular proximal de Na+ que podem favorecer o surgimento de lesões crônicas no tecido renal e hipertensão, bem como que essas alterações devem ser parcialmente dependentes de ativação do sistema imune. |