Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
BARCELLOS, Laís Ramos |
Orientador(a): |
LESSA, Rosângela de Paula |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso embargado |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pos Graduacao em Biologia Animal
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/35426
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Resumo: |
Os tubarões atuam como predadores de topo de cadeia alimentar em diferentes ecossistemas, possuindo um papel vital na manutenção dos ecossistemas marinhos. Esses animais são sensíveis a sobrepesca devido a características de história de vida, como crescimento lento, maturidade sexual tardia e baixa taxa de fecundidade. Modalidades pesqueiras exploram uma grande diversidade de tubarões capturando os animais acidentalmente e também para consumo de suas nadadeiras, porém o manejo dos estoques pesqueiros é dificultado pela escassez de informações sobre aspectos biológicos, dados de captura, e efeitos diretos da pesca sob as espécies. Áreas marinhas biológicas e ecologicamente significativas (EBSAs) são classificadas como áreas raras, com importância especial para a história de vida das espécies que as habitam e para espécies ou habitats considerados ameaçados, em perigo ou em declínio, com vulnerabilidade, fragilidade, sensibilidade e lenta recuperação, grande produção biológica, diversidade e naturalidade. Duas EBSAs que compõe o Nordeste brasileiro, e elas apresentam espécies fundamentais no balanço ecológico dos oceanos, como o tubarão galha-branca-oceânico (Carcharhinus longimanus), tubarão-mako (Isurus oxyrinchus), tubarão-azul (Prionace glauca), tubarão-toninha (Carcharhinus signatus) e tubarão lombo-preto (Carcharhinus falciformis). Essas cinco espécies citadas estão inclusas na Lista Vermelha da IUCN na categoria Vulnerável e Quase-Ameaçada. Esse estudo pretende analisar o uso do habitat dessas espécies por meio de mapeamento de ocorrência das espécies categorizadas por idades (neonato, jovem e adulto), a fim de confirmar que essas áreas precisam de proteção por lei e de fiscalização na pesca descontrolada, já que este é o maior motivo para que se encontrem atualmente na Lista Vermelha da IUCN. Também pretende observar a mudança no padrão de crescimento do tubarão-azul por meio de comparação entre curvas de crescimento, uma elaborada para o período de 1992 a 2000, e outra de 2005 a 2011, com o fim de confirmar se houve mudanças nos parâmetros de crescimento causado pela pesca descontrolada. Na análise de ocorrência por meio de mapeamento, utilizou-se a equação de von Bertallanfy invertida para delimitar as idades baseando-se em resultados de estudos prévios de crescimento para C. falciformis (n= 330), C. longimanus (n= 496), C. signatus (n= 60), I. oxyrinchus (n= 452) e P. glauca (n= 6802). Observando as distribuições etárias e sua distribuição espacial no Atlântico Sul, pôde-se observar que o estoque pescado possui a captura de indivíduos juvenis como majoritária nas duas EBSAs, um estágio considerado crucial para a manutenção e equilíbrio de populações de elasmobrânquios. O sucesso reprodutivo está diretamente ligado a essa faixa etária, por isso, sugere-se a proibição da pesca nos trimestres em que os jovens estão mais presentes nas duas EBSAs. Para a elaboração das curvas de crescimento, 236 vértebras provindas do programa ECOTUNA (1992-2000) e 180 do PROTUNA (2005-2011) foram emblocadas em resina poliéster e seccionadas em 0,5 mm por serra metalográfica de baixa velocidade e disco de corte diamantado. Os comprimentos dos indivíduos em idades prévias foram retrocalculados a partir das medidas entre o núcleo e cada anel, e após ajustados segundo o modelo de crescimento de von Bertallanfy. O tubarão-azul apresentou Linf = 307.63, k = 0.24, t0 = -0.53 para o período de 1992-2000, para 2005-2011 Linf = 355.18, K= 0.12 e t0 = 1.99 como resultado dos parâmetros de crescimento, e demonstrou que o segundo período apresenta crescimento mais lento e chegando a maturação sexual em tamanhos menores. |