Determinantes da expansão privada dos cursos de Serviço Social no Rio Grande do Norte nos anos 2000 e o perfil de seus alunos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: MEDEIROS, Milena Gomes de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
UFPE
Brasil
Programa de Pos Graduacao em Servico Social
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/23492
Resumo: Esta tese discute o perfil socioeconômico e as escolhas dos alunos dos cursos de Serviço Social no contexto de expansão e interiorização privada no Estado do Rio Grande do Norte (RN). Trata-se de analisar as mediações entre a direção da expansão da educação superior privada nas regiões de desenvolvimento e as escolhas dos alunos quanto ao ingresso no ensino superior privado no referido Estado. O itinerário metodológico privilegiou, como campo empírico, a realização da coleta de dados nos municípios de Caicó, Açu e Mossoró, por serem localidades que ofertam os cursos privados de Serviço Social na modalidade presencial. O Rio Grande do Norte tem despontado, no cenário nacional, como um dos Estados que mais tem expandido o seu ensino superior privado, fruto de um processo de modernização e crescimento de suas atividades econômicas. A pesquisa foi realizada mediante um levantamento bibliográfico e compreendeu o período de estudo entre 2004 e 2014. Foram eleitas, ainda, como fontes de informações, uma análise documental e a realização de entrevistas semiestruturadas com os estudantes do 8º período, efetuadas por meio de um questionário. Realizou-se a pesquisa com 31 alunos do curso de Serviço Social de Mossoró, 28 com os discentes da faculdade de Açu e 18 com os alunos da faculdade de Caicó. Ao longo do trabalho, defendeu-se que os jovens do interior das regiões de desenvolvimento econômico e social no Rio Grande do Norte têm, na escolha pelos cursos privados de Serviço Social, o projeto de ascensão e mobilidade que o acesso ao diploma do curso superior pode possibilitar, mediante a inserção no circuito do emprego e a obtenção de renda. Como consequências das transformações societárias econômicas, sociais e políticas a partir da segunda metade do século XX, amplia-se o número de jovens que não têm se inserido nos circuitos educativos, o que se acirra ainda mais na década de 1990, com a reestruturação capitalista e as profundas mudanças no Estado e nas políticas sociais. Este projeto considera a relação entre escola x trabalho como um processo civilizatório do capital em face do acesso de jovens pobres à educação, num contexto em que a problemática da juventude, especificamente dos que não trabalham nem estudam – a chamada geração nem/nem –, tornou-se foco de estudo e estratégia política de vários governos, entre eles, Lula e Dilma, na tentativa de recolocar a juventude na pauta dos processos de desenvolvimento e crescimento econômico dos Estados e municípios dos países periféricos. Conclui-se que as escolhas do alunado do Serviço Social no século XXI revelam: o reconhecimento da educação como fator decisivo à mobilidade da condição de renda; a adesão à ideologia das oportunidades, fato que tem ativado o esforço individual diante da inserção; e a corresponsabilização entre Estado/mercado e alunado. Isso tem permitido renovar as promessas das oportunidades decorrentes do desenvolvimento econômico para os jovens da classe trabalhadora, em especial o alunado de Serviço Social.