Papel da via heme oxigenase I/monóxido de carbono na diarreia provocada por toxina de Vibrio cholerae em camundongos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: SILVA, Lorena Duarte da
Orientador(a): DAMASCENO, Renan Oliveira Silva
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Bioquimica e Fisiologia
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/54085
Resumo: A cólera é uma desordem caracterizada por elevada secreção intestinal de água e eletrólitos, resultado da abertura do regulador de condutância transmembrana da fibrose cística (CFTR), um canal de Cl-, pela toxina de Vibrio cholerae (TC). O monóxido de carbono (CO) é produzido pelas enzimas heme oxigenase (HO) e foram demonstrados seus efeitos protetores no TGI e sua ação sobre o CFTR. Assim, o presente estudo avaliou o papel da via HO-1/CO na diarreia promovida por TC. Camundongos Balb/c (25- 30 g; n=6) foram tratados com CORM-2 (um doador de CO), Hemina (um indutor de HO- 1) ou ZnPP (um inibidor de HO-1). Após 30 min., TC (100 μL; 0,5 ou 1 μg/alça) ou PBS (100 μL/alça) foram inoculados nas alças intestinais. Após 4 h, os animais foram eutanasiados, e avaliou-se a secreção intestinal de fluido, íon Cl-, permeabilidade vascular, morfometria, absorção, imuno-histoquímica para HO-1 e bilirrubina. Também foi analisada a interação molecular do CO com a TC, por espectroscopia de fluorescência. Os resultados mostraram que a TC aumentou a relação peso/comprimento da alça, secreção de Cl- e permeabilidade vascular, comparado ao grupo PBS. No entanto, o tratamento com CORM-2 ou Hemina, mas não com iCORM-2, reverteu estes parâmetros alterados pela TC. O efeito da Hemina foi revertido em animais tratados com ZnPP. Comparado com a TC (1 μg/alça), o tratamento com ZnPP não alterou a relação peso/comprimento da alça ou a secreção de Cl-. Porém, esse efeito foi potencializado quando utilizada uma dose submáxima de TC (0,5 μg/alça). Ademais, o tratamento com CORM-2, Hemina ou ZnPP não alterou a absorção intestinal. A TC alterou a arquitetura do epitélio intestinal e a relação vilo/cripta, comparado ao grupo PBS. Porém, este efeito lesivo foi prevenido pelo CORM-2. A inoculação com TC aumentou a expressão de HO- 1 e os níveis de bilirrubina tecidual, comparado ao grupo PBS. Além disso, foi observado uma redução da emissão de fluorescência pela TC, quando incubada com CORM-2, sugerindo interação molecular com o CO. A equação de Stern-Volmer evidenciou interação estática do CO com a TC, com a formação de complexos. Em conclusão, o CO reduz a diarreia provocada pela TC e quando inibida a sua biossíntese endógena pela HO-1, ocorre potencialização da resposta secretora intestinal pela TC. Assim, esses dados sugerem uma possível aplicação do CO como uma molécula terapêutica.