Reparo ósseo com a utilização de células tronco em ratos submetidos à desnutrição neonatal

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2009
Autor(a) principal: do Nascimento Fraga, Simone
Orientador(a): Maria Machado Barbosa de Castro, Celia
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/8339
Resumo: A desnutrição constitui um problema de saúde pública caracterizado pela baixa ingestão de nutrientes essenciais para o crescimento e desenvolvimento do organismo. Pesquisas que envolvem desnutrição e a sua repercussão na vida adulta relevam que ela é capaz de provocar alterações na programação metabólica que repercutem ao longo da vida. No entanto, ainda pouco se conhece sobre as seqüelas envolvendo as células tronco adultas de medula óssea (CTAMO), especialmente sobre as células tronco mesenquimais em relação à quantidade e sua capacidade de diferenciação em tecido ósseo. O objetivo deste estudo foi avaliar o efeito da desnutrição neonatal sobre o número de células tronco, bem como avaliar o reparo ósseo com essas células em lesões ósseas de animais desnutridos. Para isso, utilizou-se 64 ratos machos Wistar, dos quais 32 receberam dieta padrão (nutridos-N), com 23% de proteínas, e o restante recebeu Dieta Básica Regional (DBR) (desnutridos-D) com 7,87% de proteínas no período de aleitamento. O peso dos ratos foi aferido até completarem a idade adulta, quando eles foram subdivididos em 4 grupos (n=8): 1. N que receberam células tronco de N (G1); 2. D que receberam células tronco de D (G2); 3. N que receberam células tronco de D (G3) e 4. D que receberam células tronco de N (G4). Os outros ratos (N e D) foram usados como doadores de CTAMO que foram cultivadas por 12 dias e diferenciadas, in vitro, em osteoblastos que, por sua vez, foram implantados em defeitos críticos confeccionados nos ossos parietais dos ratos. Após 60 dias, estes foram eutanasiados e as calotas cranianas processadas para microscopia óptica. A leitura foi realizada por três patologistas e o índice Kappa foi utilizado para avaliar o grau de concordância entre eles. Para a análise dos pesos e do número de células tronco, utilizou-se o teste t-Student (p< 0,05). O teste de Mann- Whitney foi aplicado quando os resultados não passaram no teste de normalidade. Os ratos desnutridos tiveram redução do ganho de peso desde o segundo dia de vida, enquanto que o número de CTAMO não apresentou diferença entre N e D. As células tronco mesenquimais de D, entretanto, apresentaram-se em maior quantidade. Observou-se um pequeno grau de reparo ósseo entre os grupos, principalmente entre G2 e G4. Com esses dados, pode-se sugerir que a desnutrição neonatal interfere de forma permanente na vida adulta, sobre o número e a capacidade regenerativa tecidual das células tronco mesenquimais de medula óssea. Embora essas células tenham um grande potencial de diferenciação, o que permite o seu uso para estudos de regeneração de tecidos, a desnutrição no período crítico é uma agressão suficiente para diminuir o seu potencial terapêutico no tecido ósseo