Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
MOURA, Marília Taya Amorim |
Orientador(a): |
OLIVEIRA, Ramon de |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pos Graduacao em Educacao
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/46123
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Resumo: |
As profundas transformações ocorridas no final do século XX possibilitaram a globalização da economia, a reestruturação produtiva e a flexibilização dos direitos trabalhistas, situação que provocou um enorme índice de desemprego, que atinge especialmente a população jovem. Entre as várias propostas para solucionar o problema, encontra-se a formação para o empreendedorismo. Um ensino voltado a formar trabalhadores com características multifuncionais que estejam aptos a enfrentar as incertezas no âmbito do mercado de trabalho. Simultaneamente, traz a falsa sensação de que os jovens são os únicos responsáveis pelo sucesso de suas vidas profissionais. Essa pressuposição precisa ser questionada. Afinal, quais são os propósitos do ensino do empreendedorismo? Procurando responder a essa indagação, esta pesquisa traçou um panorama da inserção do ensino do empreendedorismo na Educação Básica até o Ensino Médio de Pernambuco, especialmente em Escolas de Referência (EREM) e em Escolas Técnicas Estaduais (ETE), por apresentarem um novo modelo de escola com metodologia de ensino trazida do mundo empresarial, jornada ampliada e adoção de critérios próprios para seleção de gestores, professores e alunos. Parte-se do pressuposto de que é preciso compreender a historicidade do empreendedorismo e seu vínculo com a educação, que no contexto socioeconômico atual tende a formar trabalhadores conforme à lógica do mercado, desvirtuando a educação do seu papel principal de formar sujeitos críticos e detentores de conhecimentos. Pesa ainda o fato de a chegada do Empreendedorismo no Ensino Médio de Pernambuco, ter sido acompanhada por alguns desdobramentos nas políticas governamentais do Estado, instrumentalizadas sob uma perspectiva gerencial por resultados, a qual articula todo o planejamento do sistema educacional como garantia de desenvolvimento econômico. Para tanto, utilizou-se uma abordagem de caráter descritivo-exploratória, para coletar e analisar os dados. Encontram-se entre os documentos analisados os que legitimam o discurso do empreendedorismo na educação básica e a inserção no Ensino Médio Integral de Pernambuco, a partir de produções cientificas, leis, regulamentos, registros, revistas, livros, arquivos escolares e outros. Em um segundo momento, foi admitido o método de entrevistas semiestruturadas com os professores responsáveis pelo componente curricular no Ensino Médio de Pernambuco, com o objetivo de articular um perfil profissional e acadêmico, as práticas pedagógicas do empreendedorismo desenvolvidas no espaço escolar, bem como a avaliação do ensino, segundo os docentes. Verificou-se que, embora se trate de um ensino que se conceitua como “referência”, cujo objetivo é a formação integral do estudante, a consolidação da disciplina vem sendo lenta e tornando precário o trabalho docente por apresentar várias dificuldades específicas, tais como: falta de formação pedagógica; ampliação da jornada de trabalho; desvalorização profissional; problemas de infraestrutura; e materiais deficitários, entre outras, que comprometem o desempenho dos estudantes e dos professores em sala de aula. Além do mais, foi possível constatar que a política de educação integral no estado empenha-se em dar seguimento às diretrizes empresariais na educação brasileira, transformando o funcionamento da escola pública nos moldes de uma empresa, enquanto ferramenta de aferição de qualidade, sob pena de sofrer sanções ou obter bonificações pelo desempenho alcançado. |