Aplicação de uma adaptação do modelo de debate crítico por uma professora da educação básica para promoção do pensamento crítico-argumentativo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: LIRA, Dowglas Amorim de
Orientador(a): LEITÃO, Selma
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Psicologia Cognitiva
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/41392
Resumo: A tese defendida neste trabalho baseia-se na hipótese de que as atividades desenvolvidas por professores em sala de aula, em especial ao que tange o trabalho com gêneros argumentativos oral ou escrito, não levam em consideração o desenvolvimento do pensamento crítico-argumentativo, o que torna os textos produzidos frágeis na sua totalidade. Compreendese que a ausência deste trabalho, na ação dos professores, relaciona-se à falta de intervenções específicas, o que acaba negligenciando os trabalhos que promovam o desenvolvimento do pensamento crítico-argumentativo. Pensando nesta problemática, buscou-se fomentar uma intervenção que viabilizasse o desenvolvimento do pensamento crítico-argumentativo nas produções textuais argumentativas oral e escrita dos alunos de uma professora-alvo participante da pesquisa. Para tanto, nos embasamos na definição de pensamento crítico de Facione (2007); na produção de argumentos conforme proposta apresentada em Leitão (2000); e na cogência dos argumentos com base em Govier (2010). Quanto ao método este se divide em três etapas e centra-se, especificamente, nas ações desenvolvidas pela professora-alvo na primeira e terceira etapas. Na primeira etapa foram feitas videogravações das aulas de três professoras que se colocaram à disposição do trabalho e que, quando da gravação, estavam trabalhando com gêneros argumentativos. Na segunda etapa, propomos uma mediação junto aos professores participantes que teve como foco de estudo o desenvolvimento do pensamento criticoargumentativo na produção de gêneros textuais argumentativos oral e escrito e, especificamente, o estudo da adaptação do Modelo de Debate Crítico – MDC para aplicação em sala de aula. Após as duas primeiras etapas foi escolhida a professora-alvo sob os critérios de ser formada em letras, trabalhar com gêneros argumentativos, atuar em escola pública e ter disponibilidade para a pesquisa. Na terceira etapa fizemos, também por vídeogravação, o acompanhamento das aulas da professora-alvo, que atuava nos anos finais do Ensino Fundamental, analisando a aplicação do MDC nas aulas e o resultado nos textos produzidos. Para análise do pensamento crítico-argumentativo, nas modalidades oral e escrita, utilizamos a tríade argumentativa de Leitão (2000) e os critérios de cogência de Govier (2010). Os resultados apresentaram-se insatisfatórios quanto à modalidade escrita e satisfatórios à modalidade oral. Os resultados insatisfatórios na modalidade escrita pode ter ocorrido por três motivos. Primeiro pela inabilidade dos estudantes com a produção de gêneros escritos; segundo pela fragilidade nos comandos dados pela professora-alvo para confecção do gênero textual solicitado; e terceiro pela ênfase dada no MDC à modalidade oral. Quanto à modalidade oral, osresultadosapontaram que uma interevenção específica, com base numa adaptação do MDC para o contexto edcuacional superior brasileiro pode ser útil na educação básica, pois, gerou desenvolvimento de ações mais sofisticadas na produção de argumentos, como: antecipação de contra-argumentos, autorregulação do discurso, presença de argumentos com qualidade de suficiência, e autorregulação do pensamento.Outro ponto positivo foi quanto à elaboração de atividades pela professora-alvo e das perguntas lançadas aos alunos pela docente pós mediação. Antes da mediação as atividades sugeridas pela professora-alvo não gerava um ambiente argumentativo e as perguntas não relatizava o que era produzido pelos estudantes, parecendo recair em um padrão tradicional de ensino baseado no simples diálogo. Após a mediação foi notória a mudança nas atividades propostas, como também, nas perguntas lançadas pela docente, que passava a colocar em dúvida o que os alunos comentavam, fazendo exigência das justificativas e das fontes que se baseavam. Contudo, acreditamos que seja válido maiores investimentos em pesquisas que se debrucem a investigar o pensamento crítico - pelo viés argumentativo - na modalidade escrita, sinalizando para o percurso processual de desenvolvimento dessa habilidade.