Sódio e sua associação com alterações na pressão arterial, no estado nutricional e no perfil lipídico de mulheres hipertensas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: PADILHA, Bruna Merten
Orientador(a): CABRAL, Poliana Coelho
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Nutricao
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/30671
Resumo: Objetivou-se investigar a associação entre o sódio com a pressão arterial (PA), o estado nutricional e o perfil lipídico de mulheres hipertensas. Para tanto, realizou-se um estudo transversal analítico, entre 2014 e 2015, com mulheres entre 20 e 59 anos, hipertensas e não diabéticas, atendidas em unidades de saúde de Maceió, Alagoas. Abordaram-se aspectos socioeconômicos, demográficos, clínicos e de estilo de vida. Aferiram-se medidas antropométricas e de PA. Realizaram-se exames laboratoriais (colesterol total – CT, triglicerídeos) e estimou-se a composição corporal, através de dados obtidos pela bioimpedância elétrica. A coleta de urina de 24 horas, considerada o método padrão-ouro para a avaliação da ingestão de sódio, foi utilizada. Na análise dos dados, empregaram-se técnicas estatísticas descritivas, testes de associação pelo qui-quadrado de Pearson, correlação de Pearson e regressão linear. Adotou-se um nível de significância de 5%. Foram avaliadas 173 mulheres hipertensas, entre 28 e 59 (48,8±7,7) anos, predominantemente não brancas (83,2%), em uso de medicação anti-hipertensiva (94,2%) e com ingestão de sódio entre 0,76g e 13,0g (3,66±1,94g), estando 81,5% com consumo superior aos 2g/dia recomendados. Distribuindo as mulheres hipertensas segundo a ingestão de sódio em tercis, ficaram abaixo do 1º tercil e acima do 3º tercil, aquelas que apresentaram ingestão menor que 2,60g e maior que 4,21g, respectivamente. Não foram encontradas diferenças nas características dessas mulheres, de acordo com essa distribuição. Não houve associação dos extremos de ingestão de sódio (<1º tercil e >3º tercil) com PA, estado nutricional e perfil lipídico. Investigando-se a influência da ingestão de sódio e de variáveis sociodemográficas, de estilo de vida e antropométricas no CT das mulheres hipertensas avaliadas, encontrou-se que ingestão de sódio (β= -3,30; p= 0,03) e idade (β= 1,43, p= 0,001) foram as variáveis que explicaram estatisticamente as variações no CT. Categorizando-se essas mulheres segundo o excesso de peso (índice de massa corporal – IMC≥25,0kg/m²), evidenciou-se que, naquelas que apresentaram essa condição, essas duas variáveis independentes, idade e ingestão de sódio, explicaram estatisticamente as variações no CT. Esses resultados levaram a concluir que a ingestão de sódio e o CT apresentaram relação inversa, indicando que a restrição desse micronutriente pode elevar os níveis desse lipídio. Por outro lado, nessa amostra, o sódio não esteve associado a PA, o que talvez tenha ocorrido porque o estudo foi desenvolvido com mulheres, em sua maioria em tratamento com medicamento hipotensor, o que pode ter influenciado ou mascarado essa relação. Sabendo-se do desafio de portadores de hipertensão frente à adesão à dieta hipossódica e, ainda, que essa dieta pode causar problemas metabólicos, a realização de outros estudos, que visem elucidar os efeitos da restrição de sódio no tratamento anti-hipertensivo e explorar a necessidade dessa restrição, se faz necessária.