Excesso de peso e alterações de glicemia capilar de jejum: fatores associados em população de baixa renda no nordeste brasileiro

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2009
Autor(a) principal: BARBOSA, Janine Maciel
Orientador(a): CABRAL, Poliana Coelho
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/8370
Resumo: O presente trabalho objetivou estudar a prevalência e os fatores associados ao excesso de peso e à glicemia capilar de jejum alterada (GCJA) em população urbana de baixa renda residente em assentamentos subnormais (favelas) de Maceió-AL. Para tais fins, foram utilizados os dados de um inquérito de base populacional conduzido entre os anos de 2004 e 2006 com amostra de 8.382 indivíduos de ambos os sexos e em todas as faixas etárias. Esses dados subsidiaram a elaboração de dois artigos originais. O primeiro, intitulado Fatores socioeconômicos associados ao excesso de peso em população de baixa renda do Nordeste brasileiro , cuja amostra foi composta por 3.214 indivíduos de 20 a 69 anos. Os resultados evidenciaram 41,2% de excesso de peso (46,2% mulheres vs 32,6% homens, p<0,001) e no geral, pequenas melhorias nas condições socioeconômicas associaram-se a maior risco de excesso de peso. Por outro lado, o nível educacional se comportou como fator protetor no sexo feminino e a renda como fator de risco no sexo masculino. O segundo artigo foi denominado Alterações de glicemia capilar de jejum e fatores associados: um estudo em população de baixa renda do Nordeste Brasileiro , e entre os 582 indivíduos de 20 a 69 anos analisados encontrou-se 28,7% de hipertensos (PAS>140 e/ou PAD>90) e 19,0% de indivíduos com glicemia alterada (>100mg/dl). Na análise final, obtida por regressão logística, dos fatores de risco para alteração na glicemia, seis permaneceram independentemente associados: sexo masculino, idade mais avançada (50-60 anos), renda inferior a um salário mínimo, procedência urbana, circunferência da cintura na faixa de risco (CC>80cm no sexo feminino e >94cm no sexo masculino) e pressão arterial diastólica elevada (>90 mmHg). Diante do exposto, os resultados do presente estudo indicam que a população de baixa renda de Maceió apresenta prevalência elevada de sobrepeso/obesidade, estando mais susceptível ao desenvolvimento de outras condições crônicas, tais como hipertensão e diabetes mellitus. Esses achados suportam ainda a hipótese de que ações no sentido de aumentar a escolaridade podem influenciar positivamente sobre os indicadores de sobrepeso e obesidade. Espera-se então que os resultados aqui descritos possam contribuir para futuras discussões sobre os aspectos de saúde na população de baixa renda, pois entender a influência que os diversos fatores exercem sobre o excesso de peso e as doenças crônicas associadas se constitui em um dos primeiros passos para prevenção primária e promoção da saúde