Derivados tiossemicarbazônicos e tiazolidinônicos como possíveis candidatos ao tratamento da leishmaniose

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: AIRES, Diogo Chaves Gama
Orientador(a): MOURA, Ricardo Olímpio de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Ciencias Farmaceuticas
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/28401
Resumo: As Leishmanioses estão entres as doenças tropicais negligenciadas, atingindo milhões de pessoas por ano, principalmente em países subdesenvolvidos. Doença infecciosa, causada por um protozoário do gênero Leishmania, da família Tripanosomatidae, a leishmaniose possui tratamento realizado através de fármacos antimoniais pentavalentes. Os fármacos de segunda escolha são a anfotericina B e a pentamidina. Porém o uso desses medicamentos é limitado devido a sua alta taxa de efeitos adversos e ao aparecimento de resistência do protozoário. Dessa forma surge a necessidade da busca de novos fármacos que sejam mais eficazes e específicos para tratamento da doença. Nesse contexto, os derivados tiossemicarbazônicos são importantes compostos na busca dessas alternativas medicamentosas devido às suas propriedades química e biológicas e por possuir via sintética simples e rápida. Suas atividades já foram estudadas e comprovadas, como sua ação antichagásica, antitumoral, antibacteriana e antiprotozoária. Diante disso foram obtidos novos compostos tiossemicarbazônicos e tiazolidinônicos, através de rota sintética linear, partindo da reação de um isotiocianato e um aldeído, com obtenção da tiossemicarbazona e sua posterior ciclização e consecução das 4-tiazolidinonas. A citotoxicidade dos compostos foi avaliada em macrófagos através do método de redução dos sais amarelos de tetrazólio, in vitro, que analisa a concentração capaz de inviabilizar 50% das células macrofágicas. Os efeitos dos compostos sobre o crescimento de formas promastigotas de Leishmania infantum foram avaliados com base no estudo in vitro, onde se averiguou o valor capaz de inibir metade da concentração da espécie estudada, para que em seguida fosse determinado o índice de seletividade de cada composto. Devido à importância da produção de óxido nítrico no que diz respeito a eliminação de patógenos pelas células fagocitárias, foi avaliada, através do reagente de Griess, o estímulo da produção do ácido pelos macrófagos frente aos compostos sintetizados. Toda série D foi devidamente caracterizada por métodos espectroscópico e espectrométricos. A análise dos dados mostrou que todos as moléculas apresentaram atividade inibitória frente às células promastigotas (fase evolutiva flagelada) da Leishmania infantum, com destaque para o composto LQIT/D04 que apresentou a menor concentração inibitória e valor de citotoxicidade inferiores ao controle (anfotericina B). O teste de óxido nítrico em macrófagos apresentou resultados significativos para os compostos LQIT/D01, LQIT/D03 e LQIT/D04, evidenciando o potencial leishmanicida da série. Em relação aos estudos de estrutura/ atividade se verificou que a estratégia de ciclização aumentou a ação das substâncias frente a Leishmania infantum, bem como a adição do substituinte ácido propiônico na posição cinco do anel tiazolidínico. Fundamentado nos dados obtidos, a tiossemicarbazona e seus derivados tiazolidinônicos se mostram como fortes candidatos a fármacos no tratamento da leishmaniose.