Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2009 |
Autor(a) principal: |
Souza, Simone Maria de |
Orientador(a): |
Mustafá, Maria Alexandra da Silva Monteiro |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/9236
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Resumo: |
O Movimentos dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) é uma organização política, constituída pela superpopulação relativa formada por trabalhadores/as proletários/as, em sua maioria, negros/as. Assim como as organizações tradicionais de classe – partidos políticos de esquerda e sindicatos —, o MST abandonou o trabalho enquanto categoria central na luta socialista. O MST luta pela reforma agrária e pela organização, majoritária, do trabalho com base na família. Segundo Marx e Engels (2002), é na divisão do trabalho que tem como base a família, que há a apropriação e exploração do trabalho da mulher e dos filhos e filhas, que se organiza a divisão do trabalho, a formação das classes sociais e do Estado. A divisão do trabalho, no Brasil, é marcada pela divisão “racial” e sexual do trabalho. É decorrente das relações “raciais” e sociais de sexo. Estas relações sociais são assimétricas e antagônicas, estruturantes e transversais à totalidade do campo social. Geram hierarquia do homem branco em relação à mulher negra. A divisão “racial” e sexual do trabalho, separa e hierarquiza o trabalho, razão porque, predominantemente, os homens brancos não vão ser encontrados nos trabalhos manuais, na esfera da reprodução/produção social, em trabalhos considerados inferiores, menos valorizados e de menor remuneração, mas sim, vão ser encontradas as mulheres negras. Por isso, as mesmas têm menos acesso à riqueza do que os homens brancos. Situação que produz e perpetua privilégios e desigualdades. O MST, ao abandonar o trabalho e não incorporar os debates sobre a divisão “racial” e sexual do trabalho e sobre as questões de “raça” e gênero faz com que as mulheres negras não participem da produção. Diante deste fato, nosso objetivo é analisar as contradições vivenciadas pelo MST na produção sem a participação das mulheres negras. Sendo assim, nossa tese está inserida na linha de pesquisa Processos de Mobilização e Organização Popular, que tem como área temática Serviço Social, Ação Política e Sujeitos Coletivos. Em nossa pesquisa qualitativa, nos fundamentamos na teoria marxista e utilizamos a pesquisa bibliográfica e documental. E como técnicas de pesquisa, a observação direta e a realização de entrevistas semi-estruturadas com as dirigentes do Coletivo de Mulheres do Setor de Gênero do MST/PE. A partir dos dados obtidos, concluímos que o MST ao optar pela reforma agrária e organização do trabalho com base na família, sustenta a divisão “racial” e sexual do trabalho e faz com que o trabalho das mulheres negras seja apropriado e explorado e elas estejam disponíveis para serem exploradas. Tal fato ocorre, porque o MST não incorpora em seu debate as discussões sobre o trabalho, a divisão “racial” e sexual do trabalho e sobre as questões de “raça” e gênero, mas apenas sobre a categoria gênero. Isso faz com que os pilares de sustentação do capitalismo no Brasil sejam mantidos |