A mímesis, os estudos culturais e a Balada da infância perdida: a literatura em questão

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2010
Autor(a) principal: Ferreira da Costa, Fabiana
Orientador(a): Lucia Ramalho de Farias, Sonia
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/7447
Resumo: Buscamos compreender no romance Balada da infância perdida a relação entre mundo ficcional/mundo extratextual, utilizando-nos da mímesis na perspectiva teórica de Luiz Costa Lima, e desse modo, problematizarmos o uso que os estudos culturais realizam dos textos literários. Para tanto, apontamos os dois principais aspectos da mímesis: a mímesis da representação, por ela os sistemas de representação social funcionam como balizas para entendermos o mundo ficcional, por conseguinte, não são elementos a serem identificados realisticamente no texto literário; e, mímesis da produção, que explicita a possibilidade na obra de criação de versões de mundos e de vivência de novas experiências. Ao pensamento de Costa Lima sobre a mímesis cotejamos a teoria de Wolfgang Iser sobre o caráter ficcional do texto literário com o intuito de ampliarmos nossa compreensão da mímesis. Apresentamos, depois, os principais aspectos sob os quais a literatura é considerada pelos estudos culturais: primeiro, a obra literária é vista como um produto cultural entre outros que envolve relações sociais e culturais conflitantes e desiguais; segundo, a relação entre realidade e ficção não é problematizada adequadamente; e, terceiro, os estudos culturais centram seu olhar nas relações extrínsecas da literatura desprezando o caráter estético-literário da obra. Aos três pontos ressaltados cotejamos nosso olhar incorporado pela mímesis e o acrescentamos à análise dos trechos do romance no qual verificamos que a relação entre mundo ficcional e mundo empírico é explicada pela mímesis, ela é, na verdade, o próprio caráter constitutivo da literatura, por consequência, o caráter estético-literário do romance é igualmente compreendido por ela dado que o aspecto estético-literário de uma obra envolve a relação, o diálogo entre nossos sistemas de representação social e a realidade ficcional configurada na obra. Como resultado, toda análise que se centra nas relações extrínsecas da literatura inevitavelmente perpassa pelas relações intrínsecas da obra. Assim, os estudos culturais precisam considerar a relação entre realidade e ficção com base na mímesis e o caráter estético-literário da obra como elemento constituinte das relações extrínsecas da literatura a fim de evitar conceber a literatura como mero documento"