Tendência temporal e fatores determinantes da anemia em crianças menores de cinco anos no Estado de Pernambuco

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2010
Autor(a) principal: Pedrosa Leal, Luciana
Orientador(a): Maria Osório de Cerqueira, Mônica
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/8124
Resumo: No Brasil, poucos estudos representativos permitem avaliar a tendência da anemia e de seus fatores de risco em crianças menores de cinco anos. Entre esses estudos se encontram as Pesquisas Estaduais de Saúde e Nutrição de Pernambuco. Nesse sentido, esta tese objetivou analisar a tendência da anemia e de seus fatores determinantes em crianças de 6-59 meses de idade no Estado de Pernambuco, com base nos inquéritos epidemiológicos dos anos de 1997 e 2006, que se caracterizam como estudos transversais e analíticos. A população se constituiu por crianças de 6-59 meses e a amostra foi de 777 e 1403 crianças nos inquéritos de 1997 e 2006, respectivamente. A análise multivariada foi realizada a partir de um modelo hierárquico, utilizando a regressão de Poisson com variância robusta. Como produtos desta tese foram desenvolvidos três artigos científicos, o primeiro, um artigo de revisão sistemática sobre os fatores determinantes da anemia e/ou deficiência de ferro em crianças; o segundo apresenta os fatores associados da anemia em crianças nas áreas urbana e rural do Estado de Pernambuco no ano de 2006 e o terceiro, baseando-se em um modelo conceitual, analisa a tendência da anemia e de seus fatores associados em crianças de Pernambuco, entre os inquéritos de 1997 e 2006. Na revisão sistemática os fatores mais citados foram: idade da criança, escolaridade materna, renda familiar, diarréia, área geográfica, índice de riqueza do domicílio, peso ao nascer, indicador altura/idade, indicador peso/altura, etnia, sexo, densidade de ferro e calorias provenientes do leite de vaca. Os resultados dos artigos originais evidenciaram uma redução de 19,3% (40,9% para 32,8%) na prevalência no estado e de 16,7% (37,8% para 31,5%) e 28,8% (51,4% para 36,6%) nas áreas urbana e rural, respectivamente. No inquérito do ano de 2006, para a área urbana as variáveis que determinaram significantemente a anemia foram: escolaridade materna, bens de consumo, número de crianças menores de cinco anos, tratamento da água de beber, idade e anemia materna e idade da criança. Na área rural apenas a idade materna e a idade da criança permaneceram como determinantes significantes da anemia. No Estado de Pernambuco, a idade da mãe abaixo de 20 anos e a idade da criança entre 6-23 meses foram os principais fatores associados à determinação da anemia no estado nos inquéritos de 1997 e de 2006. Além destas variáveis, a área rural, renda familiar menor que 2 salários mínimos, falta de tratamento da água de beber e a diarréia permaneceram no modelo final do inquérito do ano de 1997. Menores escores de condição de moradia e de posse de bens de consumo e a falta de tratamento da água de beber foram as variáveis que permaneceram no modelo do inquérito de 2006. No Estado de Pernambuco a prevalência de anemia apresentou uma tendência decrescente. Contudo, a anemia ainda se caracteriza como um grave problema de saúde pública. O estudo de seus determinantes aqui apresentado vem contribuir para o planejamento de estratégias efetivas para o seu controle