Doidos[as] e doutores: a medicalização da loucura na Província/estado da Parahyba do Norte 1830-1930

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: JUNQUEIRA, Helmara Giccelli Formiga Wanderley
Orientador(a): MIRANDA, Carlos Alberto Cunha
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Historia
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/22221
Resumo: Considerada questão de higiene pública e de ordem social, marcada por práticas de banimento, exclusão e sequestração, assim como por experiências de sociabilidade e solidariedade entre loucos[as] e não-loucos[as], a loucura na Parahyba foi silenciada nas fontes por muitos anos, situação que mudou em meados do século XIX, quando passou a uma fase de intensa visibilidade e dizibilidade, ocasionada pela obrigação de “guarda” dos loucos[as], imputada a Santa Casa de Misericórdia por ordem Imperial. O período estudado foi marcado pela institucionalização da loucura no território parahybano, caracterizada pela prática de sequestração dos alienados[as]. O objetivo deste trabalho é problematizar o processo de construção da loucura enquanto doença mental na Província/ Estado da Parahyba e, nesta medida, analisar as permanências e rupturas decorrentes deste movimento que se prolongou por um século. Através da análise dos Relatórios de Provedores da Santa Casa de Misericórdia e dos Presidentes da Província/Estado da Parahyba, bem como dos Jornais e Revista de circulação local, buscou-se conhecer as disputas e interesse políticos que marcaram o processo de institucionalização e medicalização da loucura nos anos 1920. Também se pretendeu conhecer as experiências da loucura vividas nas passagens e/ou nas instituições, buscando, nestes lances, entender como o cotidiano da[s] cidade[s] parahybana[s] foi impactado pela presença daqueles personagens “tragicômicos”. Escolheu-se como referencial teórico a nova História Cultural, dado os profícuos diálogos com outros campos históricos, especialmente com a História Social e a Nova História Política. Neste sentido, além das fontes já citadas, foram imprescindíveis os trabalhos de memorialistas. O estudo da literatura médica, bem como das leis e normatizações da época, possibilitou identificar as formas de assimilação e adaptação ou o desconhecimento das teses psiquiátricas neste Estado. A partir da análise dos livros de registros de entrada e fichas dos hospitais e asilo parahybano, buscou-se conhecer o perfil dos homens e mulheres nomeados como alienados[as] pelos poderes competentes, que nem sempre foi médico. Finalmente, rastreando as pistas e indícios existentes nas fontes compulsadas, pôde-se reconstruir a trajetória percorrida por médicos e psiquiatras para a constituição da psiquiatria no Estado Parahyba.