Os (Des)Caminhos da escrita na aula de língua estrangeira: língua, sujeito e autoria no livro didático de E/LE

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Silva, Karla Janaína Alexandre da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/13279
Resumo: Esta pesquisa objetiva promover uma discussão sobre o lugar que é reservado à escrita no ensino do espanhol como língua estrangeira (E/LE) oferecido na escola pública pernambucana. Através da análise de livros didáticos voltados a esse ensino, procuraremos discutir as consequências do direcionamento dado pela escola ao trabalho com essa prática, na formação dos aprendizes. Para a construção desta reflexão, buscamos filiação na Análise do Discurso Pecheuxtiana (AD), teoria que propõe pensar as noções de língua e sujeito caracterizadas por uma falta constitutiva, resultante dos atravessamentos dos elementos da ordem da História e da Ideologia em seu processo de constituição. À vista disso, a relação entre língua e sujeito será concebida como desde sempre fadada à incompletude, o que implicará na falha que se mostra tanto na materialidade da língua, quanto nas práticas que, através dela, o sujeito realiza. Por esse mesmo viés teórico, abordaremos outras duas noções vinculadas ao tema da escrita: a noção de texto e a noção de autoria. O texto será visto como materialidade que se constitui no jogo entre os elementos da sua face linguística e os da sua face discursiva e a autoria como um movimento realizado pelo sujeito através da sua inscrição na língua, pelo qual ele realiza a leitura e o recorte de elementos da ordem da discursividade para, no cumprimento da função social de autor, atualizá-los e convertê-los em materialidade que se apresenta sob a sua responsabilidade. Com base nessas considerações teóricas, propomos a análise dos materiais didáticos de espanhol, começando por uma leitura da proposta teórico-metodológica dos documentos oficiais brasileiros (PCNEM, 2000; OCEM, 2006; PNLD, 2012) para o ensino de língua estrangeira (LE), com ênfase para o que neles se diz sobre a prática da escrita. O intuito dessa discussão é observar como o discurso configurado nessas diretrizes sobre o ensino de LE ressoará na proposta didático-pedagógica dos materiais analisados. Realizada esta etapa, lançaremos um olhar atento às atividades de escrita que os livros didáticos apresentam, a fim de verificar qual a concepção de escrita e de sujeito-autor que os atravessa, tal como as implicações dessa concepção na formação dos estudantes. Esperamos, com esse trabalho, contribuir à reflexão docente sobre a importância de um posicionamento mais crítico frente à escolha do livro didático de E/LE a ser utilizado na escola pública e, sobretudo, em relação ao modo como esses materiais têm proposto o trabalho com a língua estrangeira através de práticas discursivas como a escrita.