Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
SILVA, Tiago Barbosa da |
Orientador(a): |
WALTER, Roland Gerhard Mike |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pos Graduacao em Letras
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/31072
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Resumo: |
Em algumas das obras de Elizabeth Bishop, os sujeitos enunciativos são projetados mentalmente para outros espaços; em outras, eles se movem fisicamente no espaço, procurando por um lar. Suas obras exibem um isolamento resultante das implicações do lugar e do espaço, um estranhamento também abraçado como traço de sua personalidade; seus sujeitos enunciativos parecem ser estrangeiros em exílio, e também em exílio interior, tal como a própria poeta parecia ser; uma condição cuja configuração opera em duas direções diferentes: (1) psicológica e (2) espacialmente. A literatura estadunidense é rica em representações de evasões desses tipos, de lugares insatisfatórios para utópicos, mas possíveis, nos quais se projetam desejos de felicidade. Essa tendência é experimentada por sujeitos que adotam estilos de vida dissidentes e que encontram dificuldade para negociar os termos de suas relações com outros sujeitos. Eles são membros de uma multidão queer (PRECIADO, 2003), composta não só por sujeitos sexualmente "desviantes," mas por identidades marginalizadas que vivem em exílio, em transiência, em constante des-re-territorialização). Por um lado, alguns vivem, psicologicamente, buscando um bom-lugar, onde os problemas e dificuldades não existem; por outro lado, outros fogem, movendo-se no espaço, em busca do somewhere over the rainbow. O resultado desse processo é a transformação do lugar em não-lugar – um espaço de transitoriedade que não possui significância suficiente para fixar os indivíduos (AUGE, 2012). Este estudo tem como objetivo investigar essa relação particular com o ambiente sociocultural nas obras de Elizabeth Bishop, abordando teoricamente aspectos da (não)fixação da identidade, através de uma abordagem cultural que favorece o espaço, o lugar e a "estranheza" para, assim, destacar a convergência entre esses elementos, os fenômenos de exílio, e configurações de experiências de não-lugares. No caso da poeta, o deslocamento é comum a ambos processos de evasão; o movimento se dá em direção ao desconhecido, a partir do não-lugar, e para o bom-lugar, distante, utópico. O movimento parece ser o resultado de uma batalha com forças externas de normalização, assim como de tentativas de se desviar da repetição de experiências traumáticas. Em suas representações, Bishop também retrata como a dinâmica do desejo interfere na organização das relações sociais, demonstrando o efeito de lugares culturalmente opressivos nos sujeitos, que são, eventualmente, expulsos do meio imediato pelos poderes que agem em seus corpos e vidas, promovendo a gestação de lugares alternativos, mas sempre inacessíveis. |