Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2024 |
Autor(a) principal: |
SANTOS, Patrícia Irene dos |
Orientador(a): |
MACHADO, Laêda Bezerra |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pos Graduacao em Educacao
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/55798
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Resumo: |
A pesquisa teve como objetivo geral identificar as representações sociais da profissão docente, construídas por professores em situações de mal-estar e adoecimento, indicando as influências dessas representações para a permanência ou abandono da docência. Adotamos como referencial a Teoria das Representações Sociais. Trata-se de uma pesquisa de abordagem qualitativa com professores readaptados de função de escolas municipais e estaduais de Recife. A investigação foi desenvolvida em três etapas articuladas entre si. Na primeira, realizamos estudo bibliográfico para definir aproximações e distanciamentos entre o mal-estar e o adoecimento docente e um levantamento utilizando o questionário para traçar o perfil de 31 professores readaptados. Indicamos as patologias que mais os acometem. Na segunda etapa, uma análise documental da legislação que regulamenta os serviços de atendimento à saúde docente nos sistemas municipal do Recife e estadual e entrevistas semiestruturadas com gestores desses serviços. Na terceira etapa, entrevista semiestruturada com 17 professores onde: traçamos o percurso do adoecimento à readaptação junto aos serviços; indicamos os simbolismos que envolvem a condição de readaptado; revelamos as representações sociais desses profissionais acerca da profissão e suas influências para permanência ou abandono da profissão. Organizamos e discutimos os dados com o auxílio do ‘software ATLAS.ti 22’ e da técnica de Análise de Conteúdo. Os resultados revelaram que o mal-estar e adoecimento entre docentes das redes municipal e estadual são uma realidade e levam à condição de readaptação. São profissionais em sua maioria mulheres; com idade entre 37 e 61 anos; formação predominante em pós-graduação (especialização); com cerca de 20 anos de profissão. As patologias que mais afastam os docentes da sala de aula são de ordem emocional (depressão, ansiedade, síndrome do pânico etc.) e os fatores mais relevantes que provocam o adoecimento são: relações interpessoais conflituosas com a gestão escolar; falta de reconhecimento (social e financeiro) e desvalorização. Constatamos que as iniciativas para com a saúde do professor ganharam espaço na legislação e políticas estadual e municipal, a partir dos anos 2000. Atualmente existem serviços de atendimento nos sistemas (Municipal/SAS e Estadual/NAS) e eles oferecem suporte nas áreas de Serviço Social, Psicologia, Fonoaudiologia, as quais são bem avaliadas pelos professores. No entanto ficou evidenciado que a sobrecarga de trabalho tem inviabilizado a continuidade dos tratamentos. Sobre a homologação da readaptação definitiva ou temporária, fica a cargo da Junta ou Perícia Médica garanti-la, percurso nem sempre tranquilo de ser enfrentado pelos docentes. Conforme os entrevistados, a condição de readaptado gera sentimentos de exclusão, resistência e superação. Sobre as representações sociais da profissão, conferimos que elas estão centradas em contribuir para o crescimento dos alunos e transformação da sociedade, tais representações são semelhantes às de professores em exercício ou de licenciandos. A pesquisa sugere que a qualidade do trabalho docente exige investimentos em aperfeiçoamento, condições laborais, reconhecimento e valorização. Sinaliza, ainda, para a necessidade de incremento dos serviços de saúde já existentes, bem como a efetivação de políticas públicas emergentes de prevenção e saúde direcionadas aos professores no contexto atual. |