Função respiratória e da distribuição compartimental dos volumes pulmonares na doença de Parkinson

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: LEITE, Fátima Natário Tedim de Sá
Orientador(a): ANDRADE, Armèle Dornelas de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Ciencias da Saude
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/29284
Resumo: Contextualização: Considerando o crescimento da expectativa de vida, as patologias neurodegenerativas apresentam elevada prevalência e a doença de Parkinson (DP) é uma das mais comuns nos dias atuais. Estima-se que, em 2020, 40 milhões de pessoas sejam portadoras dessa patologia. A DP é uma doença associada a um alto índice de incapacidade funcional, o que compromete a qualidade de vida dos portadores e aumenta o risco de morbimortalidade. Somando-se ao comprometimento motor, estão as alterações da função respiratória nos casos mais avançados da doença. Apesar de existirem publicações referentes ao tema, foi observada uma carência de estudos que correlacionem a capacidade funcional pelo teste de caminhada de 6 minutos (TC6m) e a força muscular respiratória, além de descrever a distribuição compartimental dos volumes pulmonares mensurados através da Pletismografia Optoeletrônica (POE) na avaliação de indivíduos com DP. Objetivos: Os objetivos deste estudo foram: 1) Correlacionar a força da musculatura respiratória com a capacidade funcional através do desempenho no TC6m no grupo DP; 2) Comparar a função respiratória pelos valores espirométricos referente a força muscular respiratória e distribuição compartimental dos volumes pulmonares desses indivíduos com idosos saudáveis e 3) Avaliar a influência da levodopa nos valores espirométricos e na distribuição compartimental dos volumes pulmonares pela POE em portadores de DP. Material e Método: Foram realizados dois estudos transversais. O primeiro envolveu 28 indivíduos, sendo 14 indivíduos portadores de DP e 14 idosos saudáveis entre 60 e 75 anos, avaliados pelo TC6m (distância percorrida), manovacuometria (Pressão Inspiratória máxima - PImax e Pressão Expiratória máxima - PEmax), espirometria (Capacidade Vital Forçada – CVF; Pico de Fluxo Expiratório – PEF e Volume Expiratório Forçado no primeiro segundo – VEF1) e POE (volume pulmonar total – VT; volume da caixa pulmonar torácica – VTrcp; volume da caixa pulmonar abdominal – Vtrca; volume da região abdominal – Vtab; frequência respiratória – FR; volume minuto – VM; tempo expiratório - Texp e tempo inspiratório - Tinsp) durante a respiração em repouso. O segundo estudo foi realizado com 16 pacientes com DP, entre 50 e 75 anos, que faziam uso de levodopa. Foram utilizados os testes de espirometria e POE, sendo obtidas as mesmas variáveis em relação ao estudo anterior. Resultados: Observou-se uma forte correlação entre a distância percorrida pelo TC6m e a força dos músculos respiratórios no grupo DP. Os valores da Pimáx. e Pemáx., PFE e Tinsp, foram significativamente inferiores nos pacientes com DP. Não houve diferença no padrão da distribuição compartimental dos volumes pulmonares pela POE entre os grupos, no entanto, o volume corrente no compartimento abdominal (VTab) foi superior aos demais compartimentos(VTrcp e VTrca) em ambos os grupos. Não foram encontradas diferenças significativas na distribuição compartimental dos volumes pulmonares e nas variáveis espirométricas, estando ou não sob o efeito da levodopa. Conclusão: Os pacientes com DP apresentaram redução na força da musculatura respiratória que está correlacionada à distância percorrida no TC6m. A levodopa não interferiu na distribuição compartimental dos volumes pulmonares nem nas variáveis espirométricas mensuradas. Entretanto, são necessários outros estudos envolvendo a POE nesse grupo de pacientes, procurando estratificar o nível de comprometimento da doença.