Escola, território de direito : expectativas da comunidade campesina sobre a escola com turmas multisseriadas do campo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: SILVA, Isaias da
Orientador(a): SILVA, Janssen Felipe da
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Educacao Contemporanea / CAA
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/40959
Resumo: Esta dissertação apresenta os resultados da pesquisa de mestrado vinculada à Linha de Educação e Diversidade do Programa de Pós-Graduação em Educação Contemporânea, do Centro Acadêmico do Agreste (CAA), da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e faz parte do Grupo de Estudos Pós-Coloniais e Teoria da Complexidade em Educação. Esta pesquisa constitui-se a partir do seguinte problema de pesquisa: quais expectativas tem a comunidade campesina para escola com turmas multisseriadas do campo? Como objetivo geral, temos: a) compreender quais expectativas tem a comunidade campesina para escola com turmas multisseriadas do campo. Como objetivos específicos, elencamos: a) identificar e caracterizar a comunidade e os sujeitos participantes da pesquisa; b) identificar e caracterizar a escola com turmas multisseriadas do campo investigada; e c) analisar as expectativas da comunidade campesina em relação à escola com turmas multisseriadas do campo no que se refere à função da escola, os saberes a serem tratados na escola; como deveriam ser tratados; e o tempo curricular desses saberes. Partimos do pressuposto que a comunidade campesina tem muito a dizer sobre a escola com turmas multisseriadas, e que é referenciada e construída na temporalidade e nos saberes próprios dos povos do campo. Enquanto lente teórico- metodológica, aproximamo-nos da Abordagem Teórico-Metodológica dos Estudos Pós- Coloniais (QUIJANO, 2002, 2005; MIGNOLO, 2005, 2008a, 2008b; WALSH, 2008, 2009a, 2009b), por nos possibilitar refletir sobre os processos de inferiorização e silenciamento impostos aos povos campesinos, a seus territórios e aos seus processos de escolarização. Como categorias teóricas que fundamentam este estudo, destacamos: a) Educação do/no Campo (CALDART, 2004, 2012; FERNANDES, 2002, 2006; MOLINA, 2010; SILVA; TORRES, 2019); b) Escola com Turmas Multisseriadas do Campo (ARROYO, 1999, 2004a, 2004b; CALDART, 2003; FERNANDES, 1999; HAGE, 2015; HAGE; REIS, 2018; MOLINA; SÁ, 2012) e; c) Prática Pedagógica Docente (FREIRE, 1987, 1996; SOUZA, 2009; SOUZA VIANA, 2013; TARDIF, 2014; VÁZQUEZ, 1997; WALSH, 2008, 2009a, 2009b). Enquanto procedimento teórico-metodológico, o campo de pesquisa foi o Engenho Galileia localizado no território campesino de Vitória de Santo Antão-PE, espaço-tempo da Escola Municipal Prefeito Gabriel Mesquita de Freitas. Tomamos como sujeitos desta pesquisa 03 (três) lideranças da comunidade e 04 (quatro) moradores(as) da comunidade campesina (pais/responsáveis de discentes que constituem as turmas multisseriadas). A coleta de dados se deu através de questionários de identificação, de entrevistas semiestruturadas, de fotografias e de fontes documentais (legislação, manchete de jornal, diário de classe e atas escolares). No tratamento e na análise dos dados utilizamos a Análise de Conteúdo via Análise Temática (BARDIN, 2011; VALA, 1990). As análises nos possibilitaram concluir que os(as) moradores(as) do Engenho Galileia são sujeitos que resistem às amarras coloniais e que seguem lutando pelo direito à terra e por uma escola com turmas multisseriadas do campo que seja referenciada em seus saberes-histórias. Compreendemos também que as expectativas da comunidade campesina para as escolas com turmas multisseriadas do campo centram-se na construção de uma Educação do/no Campo socialmente referenciada em seus sujeitos.